Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Parlamento Europeu dá prêmio de direitos humanos a Zelenski e população da Ucrânia

Honraria do União Europeia reforça aliança entre UE e Kiev; outros ucranianos também foram mencionados

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São Paulo

A população ucraniana foi a vencedora do Sakharov de 2022, prêmio em defesa dos direitos humanos dado pelo Parlamento Europeu. No anúncio da láurea nesta quarta-feira (19), o órgão destacou nomes e instituições do país que representam os ucranianos, incluindo o presidente do país, Volodimir Zelenski.

A escolha, que vinha sendo ventilada nas últimas semanas, reforça a aliança entre a União Europeia e Kiev, selada desde o início da invasão russa, e se soma a outro ato simbólico recente contra o Kremlin. No último dia 7, o Nobel da Paz foi compartilhado entre ONGs da Rússia e da Ucrânia que se opõem ao presidente Vladimir Putin e o ativista Ales Bialiatski, preso pela ditadura da Belarus, aliada de Moscou.

O presidente Volodimir Zelenski posa para foto analisando mapas ao lado de militares em Dnipro - Divulgação Presidência da Ucrânia - 8.jul.22/AFP

No ano passado, o Parlamento Europeu também havia usado sua maior honraria a defensores de direitos humanos para dar um recado ao Kremlin, destinando a premiação a Alexei Navalni, principal nome da oposição a Putin na Rússia.

Desde o início da guerra, 7,7 milhões de ucranianos entraram na Europa em algum momento como refugiados, segundo as Nações Unidas; destes, 4,3 milhões são alvos de políticas de proteção de países do continente. Ao longo dos últimos meses, porém, com o conflito se concentrando no leste e no sul do país, muitos têm voltado a outras regiões do país.

"Os ucranianos estão defendendo o que acreditam. Lutando por nossos valores. Protegendo a democracia, a liberdade e o Estado de Direito. Arriscando suas vidas por nós", disse a presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, ao anunciar o vencedor do prêmio.

No comunicado oficial da premiação, o órgão destaca que "todos os dias, a população da Ucrânia sofre com atrocidades russas, devastação, destruição, perda de vidas, declínio social e econômico e outras dificuldades". O governo de Moscou é definido como "um regime brutal, que procura minar a democracia, enfraquecer e dividir a nossa união".

Os outros finalistas do Sakharov foram o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e a Comissão da Verdade da Colômbia. "Sei que o corajoso povo da Ucrânia não se renderá, e nós também não", frisou Metsola no plenário nesta quarta.

Zelenski expressou alegria com a láurea e elogiou a população de seu país. "Os ucranianos demonstram seu compromisso com os valores de liberdade e democracia todos os dias no campo de batalha contra o Estado terrorista russo", escreveu no Twitter, realçando que o apoio da UE é "muito importante para a Ucrânia".

No Parlamento Europeu, ainda em março, o político protagonizou uma cena simbólica, ao ser aplaudido de pé após discursar por videoconferência —na ocasião, o intérprete que traduzia a fala para o inglês se emocionou e ficou com a voz embargada em repetidos momentos.

Além do presidente ucraniano, o Parlamento citou como representantes da população os Serviços de Emergência da Ucrânia, o Faixa Amarela —movimento de oposição a Moscou fundado na recém-anexada região de Kherson—, a paramédica Iulia Pajevska, o ex-prefeito de Melitopol Ivan Fedorov e a ativista Oleksandra Matvitchuk, integrante do Centro para Liberdades Civis da Ucrânia, entidade laureada com o Nobel da Paz.

O Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é oferecido pelo Parlamento Europeu desde 1988 a indivíduos ou organizações defensoras de direitos humanos e de liberdades fundamentais. Os homenageados recebem € 50 mil (R$ 258 mil). O nome da honraria celebra o físico nuclear Andrei Sakharov, condenado ao exílio interno na década de 1980 após criticar a invasão soviética do Afeganistão.

Edições anteriores homenagearam o sul-africano Nelson Mandela, a oposição ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela e a ativista paquistanesa Malala Yousafzai. Em 2020, foi homenageada a frente de oposição na Belarus em reconhecimento aos esforços empenhados pelo grupo na luta por democracia contra a ditadura de Aleksandr Lukachenko.

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