Três pessoas acusadas de envolvimento na tentativa de ataque com drones explosivos em um evento em 2018 no qual estava o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, foram condenadas a 30 anos de prisão, a pena máxima no país, informaram parentes dos condenados nesta sexta-feira (9).
A Justiça considerou María Delgado Tabosky, o major aposentado Juan Carlos Marrufo e o coronel aposentado Juan Francisco Rodríguez culpados das acusações de terrorismo, traição e associação criminosa. A audiência começou na noite de quinta-feira (8) e se estendeu até a madrugada do dia seguinte, disse à AFP um familiar que pediu para não ter seu nome divulgado.
Tabosky, 48, é cidadã hispano-venezuelana e irmã de Osman Delgado Tabosky, que mora nos Estados Unidos e é acusado pelo regime de ter financiado o ataque. Marrufo, 52, que tem dupla nacionalidade venezuelana e italiana, é marido dela.
O familiar que falou sob anonimato criticou a condenação, dizendo que ambos foram detidos apenas por serem parentes de uma pessoa acusada pela ditadura de envolvimento na ação.
Os dois drones explodiram perto de um palco no qual o ditador participava de um ato com militares, no dia 4 de agosto de 2018, em Caracas. Maduro saiu ileso.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU afirmou que as prisões de Tabosky e Marrufo, em 2019, foram arbitrárias. Ambos estão detidos há três anos e oito meses na Direção Geral de Contra-Inteligência Militar (DGCIM), em Caracas.
Seus parentes pedem prisão domiciliar por motivos de saúde e vêm reivindicando aos governos da Espanha e da Itália que intercedam pelo casal, sem sucesso.
Outros 17 réus no caso, incluindo o ex-deputado da oposição Juan Requesens, foram condenados em agosto passado a penas entre 5 e 30 anos de prisão.
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