Descrição de chapéu Governo Biden América Latina

Sob Biden, EUA retomam cooperação com Cuba para combate ao crime organizado

Encontro é mais um passo de reaproximação depois de relações com a ilha terem sido cortadas por Trump

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Washington | AFP

Autoridades dos Estados Unidos e de Cuba estabeleceram um tratado de cooperação na área de segurança internacional, para aumentar esforços no combate ao tráfico de pessoas e de drogas. O encontro entre as delegações marcou o primeiro diálogo do tipo desde 2018, quando Washington cortou relações com a ilha no governo do ex-presidente Donald Trump (2017-2020).

Participaram das reuniões em Havana funcionários do alto escalão dos departamentos de Estado, Segurança Interna e Justiça dos EUA. A delegação cubana teve representantes dos ministérios do Interior e das Relações Exteriores, da Procuradoria-Geral da República e da Alfândega.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, durante conferência em Havana
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, durante conferência em Havana - Alexandre Meneghini - 19.out.22/Reuters

O diálogo entre as nações para o combate a terrorismo, narcotráfico, tráfico de pessoas e cibercrime teve início em 2015, no mandato do então presidente Barack Obama (2009-2016), governo no qual o atual chefe do Executivo, Joe Biden, era vice. As conversas se deram na sequência do restabelecimento histórico das relações diplomáticas entre os dois países.

Em 2017, as duas nações assinaram um acordo de cooperação nas áreas mencionadas, mas o governo Trump rompeu a aproximação e colocou Cuba na lista americana dos países que patrocinam o terrorismo.

Sob Biden, as duas partes retomaram as conversas, e o saldo até aqui é celebrado. Em nota, o Departamento de Estado americano informou que a volta dos diálogos vai ampliar a segurança dos EUA, com melhor "coordenação internacional do cumprimento da lei". A iniciativa, segundo o departamento, também permite levar à Justiça criminosos transnacionais.

O governo acrescentou que Washington tem disposição de "continuar as conversas construtivas" com o regime cubano para promover os interesses americanos, mas ressaltou que o entendimento considerado crítico em relação à situação dos direitos humanos em Cuba não muda.

Ao chegar à Casa Branca em janeiro de 2021, Biden prometeu rever a política dos EUA sobre Havana. O democrata endureceu as críticas à ilha após as manifestações contra o regime em julho daquele ano, as mais contundentes em seis décadas de regime do partido único.

Embora com ressalvas, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, disse que os dois países são beneficiados pela cooperação bilateral para enfrentar o terrorismo, o tráfico de migrantes e a fraude migratória. "Estamos comprometidos com isso, apesar do bloqueio econômico e da incessante hostilidade dos EUA", escreveu nas redes sociais.

No ano passado, em um contexto de êxodo recorde de cubanos, Washington e Havana retomaram as negociações também sobre a questão migratória. Nos últimos dias, a embaixada americana voltou a autorizar a emissão de vistos para cidadãos da ilha que desejam se estabelecer nos EUA.

Também em 2022 o governo Biden suspendeu as restrições aos voos para Cuba que tinham sido impostas por Trump. À época, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, disse que a medida era necessária no âmbito "do apoio ao povo cubano, bem como no interesse da política externa americana".

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