Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Norte lança 2º míssil balístico em menos de 48 horas

Disparos são resposta aos exercícios militares anuais dos EUA e da Coreia do Sul na região

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Seul | AFP e Reuters

A Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos de curto alcance na direção do mar do Japão, o segundo disparo em menos de 48 horas e o terceiro maior teste de armas deste ano.

De acordo com o Ministério da Defesa do Japão, os lançamentos aconteceram na manhã de segunda-feira, no horário local, noite deste domingo (19) no Brasil. Os mísseis atingiram uma altitude máxima de cerca de 100 km e percorreram 350 km antes de cair fora da zona econômica exclusiva do Japão.

Não houve relatos de danos a aeronaves ou a embarcações.

Disparo de míssil balístico intercontinental na Coreia do Norte, em foto divulgada pela agência estatal
Disparo de míssil balístico intercontinental na Coreia do Norte, em foto divulgada pela agência estatal - KCNA/KNS via AFP

Os disparos são uma resposta aos exercícios militares anuais dos EUA e da Coreia do Sul, um esforço de ambos os países para afastar as crescentes ameaças nucleares da ditadura norte-coreana. Na última sexta-feira (17), o ditador Kim Jong-un ameaçou dar uma resposta "sem precedentes" às operações.

Em comunicado, o Ministério da Defesa japonês disse que continuará coletando e analisando informações em cooperação com os EUA. "A série de ações da Coreia do Norte, incluindo seus repetidos lançamentos de mísseis balísticos, ameaçam a paz e a segurança do Japão, da região e da comunidade internacional", disse a pasta. "O Japão apresentou um forte protesto e condenou vigorosamente a Coreia do Norte."

Para a Coreia do Sul, o lançamento é uma "grave provocação" que deve ser interrompida imediatamente. "Vamos manter uma postura sólida baseada na cooperação de segurança com os EUA e o Japão e na nossa capacidade para responder a qualquer provocação da Coreia do Norte", disse a nação vizinha.

No sábado (18), a Coreia do Norte disparou ao menos um míssil balístico não identificado sobre o mar do Japão. O foguete do tipo ICBM (míssil balístico intercontinental, na sigla em inglês) parecia ter caído em uma porção das águas japonesas, a oeste de Hokkaido. Segundo o Exército japonês, o artefato foi disparado de Sunan, onde fica o aeroporto internacional de Pyongyang e ponto de lançamento de vários testes de mísseis norte-coreanos anteriores. Ele teria ficado no ar por aproximadamente 66 minutos e percorrido cerca de 900 km antes de atingir o mar às 18h27 do horário local (6h27 no horário de Brasília).

EUA e Coreia do Sul fizeram exercícios aéreos em resposta ao lançamento de sábado, o que desagradou a influente irmã do ditador, Kim Yo-jong. "Estamos examinando cuidadosamente a influência que isso exerceria na segurança do nosso Estado", afirmou ela, por meio de um comunicado. "A frequência de uso do Pacífico como nosso campo de tiro depende do caráter da ação dos EUA."

Segundo ela, a Coreia do Sul nem sequer fez voos com aeronaves de reconhecimento após o disparo. "Vão falar que seus aviões não foram até o local na época porque estavam monitorando os chamados métodos especiais sob 'estreita cooperação entre autoridades de inteligência da Coreia do Sul e dos EUA'", disse Kim Yo-jong. Ela afirma que seu país tem tecnologia e capacidade de mísseis "satisfatórias".

Para analistas, é provável que as tensões aumentem com o treinamento conjunto de Coreia do Sul e EUA nas próximas semanas. "A tensão provavelmente atingirá seu pico nos próximos meses, já que a Coreia do Norte está acelerando suas ações militares", diz Yang Moo- Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul.

Park Won-gon, professor da Universidade Ewha, afirma que o lançamento está de acordo com os últimos recados dos líderes do país. "A Coreia do Norte parece estar tentando fortalecer sua capacidade nuclear, e o comunicado de Kim Yo-jong indicava que haveria provocações adicionais", afirma.

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