Caça dos EUA derruba objeto não identificado que sobrevoava Canadá

Artefato estava em Yukon, no noroeste do país, segundo primeiro-ministro Justin Trudeau

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São Paulo

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou ter ordenado a derrubada de um objeto não identificado que sobrevoava o país neste sábado (11). O Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte abateu o artefato, que no momento da queda estava em Yukon, no noroeste do território.

"Caças canadenses e americanos foram designados, e um F-22 dos EUA disparou com sucesso contra o objeto", disse. "Falei com Biden à tarde. Agora, as Forças do Canadá vão recolher e analisar os destroços."

Caças F-22 da Força Aérea americana participam de exercício em base aérea na Coreia do Sul - Ministério da Defesa dos EUA - 20.dez.2022/via Reuters

No domingo (12), Trudeau afirmou à imprensa que times estão recolhendo e analisando os destroços. Nos Estados Unidos, o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, disse à emissora ABC que as autoridades americanas acreditam que o objeto destruído era um balão.

De acordo com o Pentágono, o Comando de Defesa já havia detectado o objeto sobrevoando o Alasca na noite de sexta-feira (10), quando caças americanos começaram a monitorá-lo. As aeronaves canadenses CF-18 e CP-140 se juntaram à formação depois de o artefato entrar no espaço aéreo do país.

A ministra da Defesa do Canadá, Anita Anand, não fez especulações, mas disse que o objeto é menor do que o balão chinês abatido por Washington na costa da Carolina do Sul na semana passada, tem formato cilíndrico e voava a cerca de 12 km de altura, representando um risco ao tráfego aéreo civil.

"Um F-22 derrubou o objeto em território canadense usando um míssil AIM 9X após coordenação entre as autoridades dos EUA e do Canadá", disse o porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, em comunicado.

O líder americano, Joe Biden, autorizou a ação conjunta com o Canadá para derrubar o objeto após uma ligação com Trudeau, segundo o Departamento de Defesa dos EUA. "Os líderes discutiram a importância de recuperar o objeto para determinar mais detalhes sobre sua finalidade e origem", disse a Casa Branca.

Trata-se do terceiro caso do tipo na região neste mês. O balão chinês abatido na semana passada passou por Billings, em Montana, onde fica uma base militar com silos de mísseis balísticos intercontinentais. Para os EUA, o item servia a espionagem; para a China, realizava pesquisas, sobretudo meteorológicas.

Na sexta (10), um segundo objeto de alta altitude que sobrevoava o território americano foi derrubado. De acordo com o governo americano, o item, que passava pelo estado do Alasca, foi detectado na noite de quinta-feira (9) e voava a 12 km de altitude —por isso, trazia riscos à aviação civil.

Os casos elevaram as já acirradas tensões entre China e EUA e resultaram no adiamento da visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, responsável pela diplomacia dos EUA, a Pequim.

Uma série de episódios recentes contribuiu para deteriorar as relações sino-americanas. A expansão da presença militar dos Estados Unidos no Sudeste Asiático, criticada pelos chineses, por exemplo, acontece de forma simultânea às ameaças da China contra Taiwan, ilha que Pequim considera uma província rebelde e que, portanto, deve ser integrada à sua porção continental.

Já na quinta-feira (9), o governo da China classificou de "totalmente irresponsáveis" as falas de Biden, sobre o líder chinês, Xi Jinping. "Você consegue pensar em algum outro líder mundial que trocaria de lugar com Xi Jinping? Não é uma brincadeira. Não consigo pensar em nenhum", disse o presidente americano em entrevista ao programa PBS NewsHour. "Esse homem tem problemas enormes. Também tem muito potencial, mas, até agora, sua economia não está funcionando muito bem."

No mesmo dia, a China disse ter recusado um telefonema do secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin. Ele queria falar com seu homólogo chinês, Wei Fenghe, após o primeiro balão ser derrubado. Pequim justificou a decisão dizendo que a medida foi irresponsável e não criou um clima "propício ao diálogo".

Com Reuters

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