Sunak faz minirreforma ministerial no Reino Unido e tenta pôr economia nos trilhos

Premiê também anuncia novo presidente do Partido Conservador; anterior foi afastado por irregularidades fiscais

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Londres | Reuters

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou uma pequena reforma ministerial nesta terça-feira (7). A medida busca diminuir a inflação, nas alturas devido ao aumento dos preços da energia, e estimular a economia —mudando, quem sabe, a sorte de seu Partido Conservador em crise.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, o segundo da esq. para a dir., e o novo ministro de Segurança Energética e Carbono Zero ao centro, visitam usina energética em Kings Cross, em Londres
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, o segundo da esq. para a dir., e o novo ministro de Segurança Energética e Carbono Zero ao centro, visitam usina energética em Kings Cross, em Londres - Jamie Lorriman/Pool via Reuters

A maior das mudanças consistiu na subdivisão da pasta de Negócios, Energia e Estratégia Industrial, então a cargo de Grant Shapps, em três novos departamentos: Segurança Energética e Carbono Zero; Negócios e Comércio; e Ciência, Inovação e Tecnologia. A primeira será liderada por Shapps, a segunda ficará sob o comando de Kemi Badenoch, e a última, da ex-ministra da Cultura Michelle Donelan.

A pasta da Cultura, por sua vez, foi reduzida e repassada para o comando de Lucy Frazer. Por fim, o premiê indicou o ex-banqueiro Greg Hands para a presidência do Partido Conservador. Visto como uma escolha segura dentro da sigla, ele entra no lugar de Nadhim Zahawi, demitido do cargo no final do mês passado, depois que uma investigação apontou violações do código ministerial por falta de transparência fiscal.

Ele, que também atuava como ministro sem pasta no gabinete de Sunak, passou a ser alvo de fritura após a revelação de que o HMRC, departamento britânico responsável pela coleta de impostos, havia iniciado uma investigação para apurar possíveis irregularidades financeiras.

Ao anunciar as mudanças, o porta-voz do governo afirmou que elas não são um elixir mágico capaz de resolver todos os problemas do Reino Unido, que incluem uma onda de greves nos serviços públicos. Mas, prosseguiu, ajudarão o premiê a tentar avançar sua agenda, sobretudo em relação à segurança energética. O setor sofreu uma escalada de preços na Europa após a invasão da Ucrânia, prestes a completar um ano.

A notícia foi recebida com críticas e elogios. Ed Miliband, membro do Partido Trabalhista que fiscaliza as políticas governistas para a crise climática, optou pelo primeiro caminho: "Rearranjar os assentos no convés do Titanic que é a política energética fracassada dos Conservadores não salvará o país".

Sunak, 42, assumiu o cargo em 25 de outubro como o primeiro líder britânico não branco, o mais jovem em dois séculos e mais rico do que o rei Charles 3º. Chegou como o terceiro premiê neste ano, depois das renúncias de Liz Truss e Boris Johnson —marcados, respectivamente, por péssimas decisões na área econômica e uma pororoca de escândalos que incluíram festas inapropriadas durante a pandemia.

Além do descrédito da sua sigla em razão da dança das cadeiras, o premiê ainda lida com uma estagnação depois de um período prolongado de inflação de dois dígitos e está sob pressão para tentar provar sua crença de que o Reino Unido ainda pode colher benefícios de sua saída da União Europeia.

Segundo projeção do FMI, a economia do Reino Unido encolherá 0,6% neste ano, e o país será o único do G7, grupo das principais economias do mundo, a entrar em recessão. "O governo precisa refletir as prioridades do povo britânico e ser projetado para atendê-las", disse Sunak. "Essas mudanças permitirão que as equipes foquem questões que vão garantir um futuro melhor para os nossos filhos e netos."

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