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Justiça de Belarus condena líder opositora exilada a 15 anos de prisão

Tikhanovskaia fugiu para a Lituânia após concorrer na eleição presidencial marcada por acusações de fraude em 2020

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Moscou | Reuters e AFP

Um tribunal na Belarus condenou à revelia a líder opositora exilada Svetlana Tikhanovskaia a 15 anos de prisão, de acordo com publicação nesta segunda-feira (6) da agência estatal de notícias Belta.

Tikhanovskaia (pronuncia-se Tikanôfskaia), 40, fugiu para a Lituânia depois de concorrer à Presidência em 2020 contra o ditador Aleksandr Lukachenko, reeleito em um pleito marcado por acusações de fraude, o que gerou uma onda de protestos.

Mãe de dois filhos e sem experiência política, ela entrou na disputa após seu marido, Serguei Tikhanovski, então candidato, ser preso pelo regime belarusso.

A líder opositora Svetlana Tikhanovskaia discursa durante sessão de abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos
A líder opositora Svetlana Tikhanovskaia discursa durante sessão de abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos - Fabrice Coffrini - 17.jan.23/AFP

No poder desde 1994, Lukachenko, apelidado de "o último ditador da Europa" e um forte aliado de Vladimir Putin, já havia sufocado a candidatura de dois outros opositores: prendeu também o ex-banqueiro Viktor Babariko e provocou a fuga do ex-embaixador da Belarus nos Estados Unidos, Valeri Tsepkalo.

A opositora —cujos apoiadores classificam as denúncias de farsa— foi a julgamento em janeiro à revelia, ou seja, sem que estivesse presente para acompanhar o processo. Outro opositor, Pavel Latushko, foi condenado na mesma ação, mas a 18 anos de prisão, ainda segundo a Belta e a organização de defesa dos direitos humanos Viasna.

"Hoje não penso na minha sentença. Penso nos milhares de inocentes, detidos e condenados a penas de prisão de verdade", postou Tikhanovskaia no Twitter. "Não vou parar até que cada um deles seja liberado."

Na última sexta (3), a Justiça da Belarus também condenou o ativista Ales Bialiatski em outro processo com claras motivações políticas, segundo grupos de direitos humanos.

Bialiatski, cuja sentença é de dez anos de prisão, foi um dos ganhadores do Nobel da Paz de 2022, dividindo a láurea com uma ONG russa e outra ucraniana. As escolhas foram vistas como uma resposta do comitê norueguês à Guerra da Ucrânia e ao avanço do autoritarismo na órbita da Rússia, de quem a ditadura belarussa é forte aliada.

Bialiatski é um dos mais renomados defensores de direitos humanos no país, responsável por fundar a Viasna, ONG que presta apoio a pessoas que participam de atos contra o regime e a familiares de presos políticos.

Ele está detido desde julho de 2021, depois da onda de protestos que sucedeu a reeleição de Lukachenko, e integrava uma espécie de conselho de transição que buscava promover a transferência de poder e foi acusado de contrabando de dinheiro e de financiar "atividades que violam a ordem pública".

Além dele, outros dois ativistas do Viasna, Valentin Stefanovitch e Vladimir Labkovitch, também foram condenados nesta sexta-feira, com penas de nove e sete anos de cadeia, respectivamente.

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