Rússia expulsa mais de 20 diplomatas alemães em retaliação a Berlim

Relações entre Moscou e Berlim desmoronaram desde o início da Guerra da Ucrânia

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Moscou | Reuters

Mais de 20 diplomatas alemães serão expulsos da Rússia em resposta a uma medida semelhante da Alemanha, afirmou a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, à agência RIA-Novosti.

"Condenamos fortemente as ações de Berlim, que continua a destruir toda a gama de relações russo-alemãs", afirmou em nota o Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre as expulsões da Alemanha. A pasta afirmou que sua medida era "recíproca" e que limitaria o número de funcionários das missões diplomáticas alemãs.

Embaixada da Alemanha em Moscou; neste sábado, a Rússia anunciou a expulsão de mais de 20 diplomatas alemães - Natalia Koleniskova/AFP

Um funcionário da chancelaria alemã disse que Berlim e Moscou estiveram em contato nas últimas semanas para falar sobre suas respectivas representações. O objetivo das conversas, afirmou, era reduzir a presença de inteligência da Rússia na Alemanha, e a expulsão de embaixadores russos neste sábado está relacionada a essa situação. A pasta, porém, não informou quantos diplomatas partiram de Berlim.

Segundo o jornal alemão Bild, 34 dos 90 diplomatas alemães que permaneceram em Moscou foram instruídos a deixar o país.

As relações entre a Rússia e a Alemanha desmoronaram desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. Berlim, que costumava ser o maior comprador de petróleo e gás russo, respondeu à guerra com envio de armas para Kiev e apoio a sanções econômicas contra a Rússia. O conflito foi um ponto de virada na política de contenção militar alemã, que triplicou seu orçamento de defesa em 2022 para reequipar suas Forças Armadas.

Em 2021, cerca de 40% das necessidades energéticas alemãs eram supridas pela Rússia, incluindo o aquecimento em parte das residências, por exemplo. O corte no fornecimento fez a Alemanha fechar um acordo com os Emirados Árabes Unidos para a compra de gás até o final de dezembro do ano passado.

Na noite desta sexta (21), seis tanques Leopard prometidos pela Espanha à Ucrânia partiram por mar para chegar ao seu destino em cerca de seis dias, informou a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles.

"Existem outros quatro Leopard em reforma e, quando forem consertados, também serão levados para a Ucrânia", acrescentou. Após resistirem durante todo o inverno aos ataques russos no leste, as forças ucranianas estão preparando uma contraofensiva.

Parte da população russa, por sua vez, também sente os efeitos da guerra. Neste sábado, mais de 3.000 pessoas da cidade de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, estavam voltando para suas casas depois de serem retiradas para um explosivo ser descartado, disse o governo local.

O explosivo em questão era da própria Rússia. Dois dias antes, um avião de guerra supersônico russo Sukhoi-34 lançou acidentalmente uma bomba na cidade, danificando casas e ferindo três pessoas. Foram esvaziados 17 prédios de apartamentos em um raio de 200 metros.

Especialistas em explosivos militares decidiram neutralizar a bomba em um campo de treinamento, escreveu o governador da região de Belgorod, Viatcheslav Gladkov, em um canal no Telegram. Ele também disse que providenciaria alojamento temporário àqueles que precisassem.

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