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Colômbia suspende buscas por cão Wilson, que ajudou nas buscas de crianças

Cachorro se perdeu há mais de um mês na selva durante operação para encontrar irmãos que sofreram acidente aéreo

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São Paulo

As Forças Armadas da Colômbia suspenderam as buscas pelo cão farejador Wilson, que se perdeu há mais de um mês na selva durante as operações para encontrar os quatro irmãos que sofreram um acidente aéreo. A informação foi confirmada pelas autoridades ao canal de notícias colombiano Caracol.

As buscas eram feitas na região de San Jose del Guaviare, em uma área de mata fechada e de difícil acesso. Sob a premissa de que "ninguém fica para trás", o Exército manteve a chamada Operação Esperança após o resgate de três crianças e um bebê, no último dia 9, que ficaram 40 dias perdidos.

O pastor belga Wilson, que desapareceu na selva
O pastor belga Wilson, que desapareceu na selva - Exército Colombiano via AFP

Cerca de cem soldados, com apoio de outros cães farejadores e de indígenas, foram mobilizados para as buscas ao pastor belga. Numa tentativa de atrair o cachorro, as equipes usaram pedaços de carne —deixados em pontos para que ele também possa se alimentar— e duas cadelas no cio. Apesar de castrado, os militares apostavam que o olfato e o instinto atrairiam Wilson.

"Usamos absolutamente todos os recursos. Não poupamos esforços com todas as capacidades humanas e tecnológicas", disse Pedro Sánchez, comandante de operações das Forças Armadas, ao Caracol.

As equipes relataram o desaparecimento do cachorro no último dia 8. Mas Wilson teria se afastado bem antes disso —em 18 de maio. Tratado como herói, o cão foi considerado fundamental para encontrar várias das pistas que indicavam que as crianças estavam vivas e sozinhas no meio da selva.

O cachorro de seis anos achou a mamadeira de Cristín, 1, no meio da vegetação. Quando desapareceu, Wilson teria rompido a coleira que o prendia ao condutor e se embrenhado na mata atrás dos irmãos.

Wilson foi treinado desde pequeno para enfrentar situações e locais adversos e a voltar para seu condutor. Segundo o Exército, porém, é possível que ele tenha ficado "desorientado com a complexidade do terreno".

Segundo a mídia colombiana, o cão foi visto duas vezes pelas equipes após se perder —a última teria sido dois dias antes de as crianças serem encontradas. Porém, ele fugiu antes que pudesse ser resgatado.

De acordo com os militares, o farejador encontrou as crianças primeiro. Após o resgate, os irmãos contaram que chegaram a ficar três ou quatro dias com o animal, que estava magro. Pegadas do bicho próximas às dos menores também foram localizadas.

Além das condições do terreno, os sons da selva, a presença de outros animais e a falta de comida podem ajudar a explicar o comportamento do cachorro de evitar contato com as equipes ao ser avistado.

As crianças, de 13, 9 e 4 anos, e a bebê, que completou 1 ano enquanto estava na selva, foram resgatadas após 40 dias sozinhas, em caso que comoveu o país. Os irmãos estavam desaparecidos desde 1º de maio, quando o monomotor Cessna 206 decolou em Araracuara com destino a San Jose del Guaviare.

Já na região onde deveria pousar, a aeronave emitiu um alerta devido a uma falha no motor e desapareceu dos radares. Além das crianças, estavam a bordo três adultos, que morreram no acidente: o piloto, Hernando Murcia Morales, o indígena Herman Mendoza e a mãe dos menores, Magdalena Mucutuy.

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