Lula confirma participação em cúpula Celac-União Europeia em Bruxelas

Viagem é considerada oportuna para governo articular acordo comercial entre Mercosul e UE

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São Paulo

O presidente Lula (PT) confirmou nesta quarta (5) que irá à cúpula dos países da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e da União Europeia em 17 e 18 de julho, em Bruxelas.

O petista chegou a sinalizar que enviaria ao encontro o vice Geraldo Alckmin (PSB), mas reconsiderou a viagem, vista como oportuna pelo governo para a articulação do acordo comercial entre Mercosul e UE.

O presidente Lula durante encontro de líderes do Mercosul, na Argentina
O presidente Lula durante encontro de líderes do Mercosul, na Argentina - Ricardo Stuckert - 4.jul.23/Presidência da República

Em março, o embaixador da UE no Brasil, o espanhol Ignacio Ybáñez, disse à Folha que o encontro em Bruxelas seria o momento ideal para tirar o acordo entre os dois blocos do papel. As negociações, porém, estão emperradas devido a divergências na área ambiental. Lula já prometeu concluir o acordo ainda em 2023, mas disse que os termos atuais são impossíveis de serem aceitos, defendendo uma renegociação.

O presidente confirmou a participação ao premiê da Espanha, Pedro Sánchez. Foi a primeira conversa entre ambos após assumirem, respectivamente, as presidências do Mercosul e do Conselho da UE. Por telefone, o espanhol reiterou a Lula o convite à cúpula Celac-UE, segundo nota divulgada pelo Itamaraty.

"Sánchez falou ainda sobre o Fórum Empresarial, previsto para o dia 17, e convidou o presidente Lula para realizar a abertura do evento ao lado dele e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No fórum, deverão ser anunciados novos investimentos europeus na América Latina", diz o texto.

Negociado oficialmente desde 1999, o acordo Mercosul-União Europeia foi concluído em 2019, no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), mas ainda não foi ratificado pelos dois blocos.

O principal impasse é um anexo ao texto, chamado de "side letter", proposto pelos europeus no início deste ano, que tornaria obrigatórios alguns compromissos ambientais antes voluntários.

Enquanto a Europa quer garantir que a exportação de commodities com problemas ambientais seja vista como uma violação passível de sanções, o governo brasileiro considera as condições muito rígidas e vem subindo o tom das críticas. "Não é possível que haja uma carta adicional fazendo ameaças a parceiro estratégico", disse o petista na França, no mês passado. Juntos, Mercosul e UE respondem por cerca de 25% do PIB mundial, abrangendo uma população de 750 milhões de pessoas.

O Brasil retornou em janeiro à Celac, fórum inaugurado em 2011, no Chile, e formado por 33 países da América Latina e do Caribe, mas abandonado pelo ex-presidente Bolsonaro.

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