Biden consolida apoio democrata e empata com Trump em corrida eleitoral

A mais de um ano do pleito, pesquisa do New York Times mostra adversários com 43% das intenções de voto

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São Paulo

Pesquisa divulgada pelo jornal americano The New York Times nesta terça-feira (1º) aponta que Joe Biden, 80, vem consolidando o apoio entre democratas para representar o partido nas eleições à Presidência de 2024. O levantamento também indica que o pleito promete ser acirrado, e o atual chefe da Casa Branca aparece empatado com o republicano Donald Trump, 77, em uma eventual revanche.

Tanto o atual quanto o ex-presidente têm 43% das intenções de voto em âmbito nacional. Na véspera, sondagem do mesmo jornal mostrou que Trump é o favorito na corrida republicana para a próxima eleição, com 54% da preferência no partido, contra 17% do governador da Flórida, Ron DeSantis, em segundo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa em simpósio de direitos civis no Arquivo Nacional, em Washington - Brendan Smialowski - 27.jul.23/AFP

As pesquisas, realizadas faltando mais de um ano para as eleições, foram feitas em parceria com o Instituto de Pesquisas da Faculdade Siena. Ao responder ao levantamento, 14% dos entrevistados afirmaram pretender votar em um candidato da terceira via. O New York Times pondera, porém, que um número significativo deles deve ter que escolher entre Biden e Trump quando o pleito chegar.

Se em 2022 dois terços dos democratas queriam um candidato que não Biden, agora quase metade (45%) apoia sua tentativa de reeleição. Segundo o jornal, o entusiasmo do partido em relação ao atual presidente começou a aumentar no ano passado, depois que a Suprema Corte americana, de maioria conservadora, decidiu suspender o direito constitucional ao aborto após 49 anos.

Contrariando as expectativas de analistas, a defesa do direito ao aborto —uma das bandeiras de Biden— acabou se mostrando um tema importante para os eleitores. No ano passado, a pauta levou mulheres a se registrarem para votar nas midterms, as eleições de meio de mandato. Um dos efeitos foi a manutenção da maioria democrata no Senado, além de um controle republicano da Câmara mais frágil que o previsto.

Ainda que em posição mais favorável, Biden vê sinais de alerta: o presidente tem sido beneficiado pelo medo e pela aversão de eleitores em relação a Trump, mas tem índice de aprovação de apenas 39% após dois anos e meio no cargo. O percentual é considerado ruim para um presidente em exercício em busca da reeleição, ainda que represente uma melhora em relação aos 33% registrados em julho do ano passado.

O democrata ainda continua impopular entre aqueles que são pessimistas quanto ao futuro dos EUA. Entre os que querem vê-lo como representante do partido no ano que vem, 14% disseram que os problemas do país são tão graves que a nação corre o risco de fracassar, de acordo com a pesquisa.

Cerca de 30% dos eleitores que afirmam ter a intenção de votar em Biden em 2024 dizem esperar que os democratas indiquem outra pessoa para a disputa. Apenas 2% dos eleitores do partido disseram estar entusiasmados caso o atual chefe da Casa Branca seja o candidato presidencial. Outros 51% afirmaram que ficariam satisfeitos com a opção, mas não empolgados.

Mais de um quarto (26%) dos democratas manifestou entusiasmo com a ideia de Kamala Harris, 58, ser indicada como candidata em 2024. Como Biden estará às vésperas de completar 82 anos na próxima eleição, a vice, que assumiria o governo em um eventual afastamento do presidente, tem atraído atenção.

Biden supera Trump nos mesmos grupos que o ajudaram a vencer em 2020: mulheres, negros, eleitores da periferia e brancos com nível universitário. O republicano, por sua vez, lida com investigações federais e se tornou réu pela terceira vez nesta terça (1º), em um processo que apura sua participação na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e as tentativas de reverter a eleição que perdeu para Biden.

No mês passado, o republicano se apresentou à Justiça para ouvir as 37 acusações às quais responderá por manter consigo documentos secretos após deixar a Casa Branca. Antes, em abril, tornou-se o primeiro ex-presidente dos EUA a se tornar réu na Justiça, em um caso que envolve a compra do silêncio de três pessoas durante as eleições de 2016.

A pesquisa do New York Times ouviu, por telefone, 1.329 eleitores americanos de todo o país entre 23 e 27 de julho. A margem de erro é de 3,6 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa não considera o sistema do Colégio Eleitoral americano, em que, grosso modo, cada estado tem um peso diferente no momento da apuração dos votos.

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