Descrição de chapéu África

Níger reabre fronteiras com países vizinhos uma semana após o golpe

Anúncio se dá depois de Burkina Fasso e Mali declararem apoio a militares que destituíram presidente Mohamed Bazoum

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Niamei (Níger) | Reuters

A junta militar à frente do poder no Níger desde o final de julho anunciou nesta madrugada (2) a reabertura das fronteiras do país com diversos países vizinhos. "As fronteiras aéreas e terrestres com Argélia, Burkina Fasso, Mali, Líbia e Chade estão reabertas a partir de hoje, 1º de agosto de 2023", informou o porta-voz do grupo, o coronel Amadou Abdramane, em mais um comunicado televisionado.

O país do Sahel africano havia se isolado de seu entorno em 26 de julho, quando os militares destituíram o presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum e tomaram a capital, Niamei. Após o golpe, o coronel disse que a tomada de poder era uma forma de "colocar um ponto final no regime que deteriorou a segurança nacional devido à má gestão", referência aos ataques jihadistas que têm assolado o território.

Manifestantes do Níger aplaudem carro com dois militares em cima
Manifestantes aplaudem tropas do Níger durante manifestação em apoio a golpe militar, em Niamei - 30.jul.23/AFP

A Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) anunciou na segunda-feira a imposição de uma série de sanções em represália ao golpe, como o congelamento de ativos nacionais e a suspensão de transações financeiras. O premiê nigerino, Ouhoumoudou Mahamadou, membro do governo destituído, afirmou que as medidas representam uma "catástrofe econômica e social".

O bloco formado por 15 países da região ainda disse considerar o uso de força para restituir Bazoum. Em resposta, Burkina Fasso e Mali ameaçaram declarar guerra em caso de uma intervenção externa no país, um dos mais pobres do mundo. O comunicado, também divulgado na segunda, sugeriu que uma nova aliança pode estar se formando em apoio ao golpe do Níger.

Enquanto isso, os primeiros aviões militares para retirar cidadãos europeus de Niamei começaram a chegar a Paris e Roma nesta quarta. Ex-colônia da França, o Níger é parceiro de segurança do país de Emmanuel Macron e também dos EUA, que utilizam o território da nação africana como base para combater a insurgência de grupos terroristas jihadistas nas áreas oeste e central da região do Sahel.

Mohamed Bazoum (à esq.), presidente destituído do Níger, e Emmanuel Macron, presidente da França
Mohamed Bazoum (à esq.), presidente destituído do Níger, e Emmanuel Macron, presidente da França, durante Cúpula do Novo Pacto Financeiro, realizada em junho deste ano em Paris - Ludovic Marin - 23.jun.23/AFP

Desde a independência do país, em 1960, ocorreram diversas tentativas de golpes de Estado. Quatro delas foram exitosas, a última em fevereiro de 2010, quando Mamadou Tandja foi deposto. Bazoum assumiu a Presidência em abril de 2021, na primeira transferência de poder democrática no país. À época, militares tentaram tomar o palácio presidencial, mas a ordem foi restaurada.

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