Descrição de chapéu China

Xi Jinping recebe Arthur Lira e promete mais 'sinergia' com Brasil

Líder chinês se reuniu com presidente da Câmara e outros deputados em Pequim, em meio ao Fórum Cinturão e Rota

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Taipé

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi recebido pelo líder chinês, Xi Jinping, nesta sexta-feira (22), no Grande Salão do Povo, em Pequim.

O encontro ocorreu em meio ao Fórum Cinturão e Rota, que comemora dez anos do programa internacional de investimento em infraestrutura da China mais conhecido como Nova Rota da Seda —do qual o Brasil oficialmente não faz parte.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, e o líder chinês, Xi Jinping, durante encontro em Pequim, em 20 de outubro de 2023 - Divulgação/Ministério do Exterior da China

O ambicioso programa, que colocou bilhões de dólares em 149 países e 30 órgãos internacionais, visa expandir as relações comerciais chinesas mediante a construção de portos, linhas ferroviárias, aeroportos e parques industriais. Entre os projetos mais emblemáticos está a conexão com um trem de alta velocidade entre Laos e China, que foi inaugurado em 2021 e custou cerca de US$ 6 bilhões.

Comentando a reunião, a ministra-assistente de relações exteriores, Hua Chunying, afirmou que "a China está disposta a reforçar a sinergia entre a Iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil, com vistas a impulsionar a modernização dos dois países". No ano que vem, lembrou ela, as relações diplomáticas bilaterais entre Brasil e China completam 50 anos.

Também participou do encontro o chanceler chinês, Wang Yi.

"Ambos são grandes mercados emergentes com projeção global", descreveu Hua. Lira, acrescentou, é o primeiro presidente da Câmara a visitar a China em dez anos. Ele está no país com uma comitiva de deputados, entre eles Zeca Dirceu (PT-PR), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e André Figueiredo (PDT-CE), além de Daniel Almeida (PCdoB-BA), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China.

Eles também se reuniram com Xi e Wang. No dia anterior, já haviam se encontrado com o vice-presidente da China, Han Zheng, e visitado o Museu do Partido Comunista, onde Lira deixou uma mensagem escrita, divulgada em mídia social: "Em meu nome e em nome da delegação da Câmara dos Deputados do Brasil, agradeço a grande apresentação da história do Partido Comunista Chinês".

Antes estiveram em Xangai, onde visitaram a Suzano Papel e Celulose, uma das maiores exportadoras brasileiras para o mercado chinês. A comitiva deixou o Brasil no último dia 10 e também esteve na Índia, para um encontro parlamentar do G20. O retorno está previsto para domingo, dia 22.

Xi Jinping e outros líderes chineses se reúnem com a presidente do Banco do Brics, Dilma Rousseff, em Pequim, em 19 de outubro de 2023
Xi Jinping e outros líderes chineses se reúnem com a presidente do Banco do Brics, Dilma Rousseff, em Pequim, em 19 de outubro de 2023 - Divulgação/Ministério do Exterior da China

Xi e Wang também se reuniram na quinta (19), em Pequim, com a ex-presidente da República Dilma Rousseff, hoje presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado Banco do Brics, sediado em Xangai. No relato da chancelaria, a instituição "torna o sistema financeiro internacional mais justo e equitativo e desempenha papel importante no apoio à cooperação entre os países em desenvolvimento".

O encontro acontece em um contexto de queda nos investimentos chineses no Brasil —os aportes de Pequim no país caíram caíram 78% em 2022 em relação ao ano anterior, atingindo o menor nível desde 2009. Com isso, o Brasil apareceu em nono lugar na lista dos principais destinos de investimentos da China no último ano, atrás da vizinha Argentina.

No começo de outubro, porém, pela primeira vez, uma operação de comércio entre os dois países foi feita em circuito fechado com as moedas locais, com transações financiadas e liquidadas em yuan e convertidas diretamente para real.

Foi uma exportação de celulose da Eldorado Brasil, empresa de São Paulo com representação em Xangai, na China. O produto foi enviado em agosto do porto de Santos para o de Qingdao. As transações financeiras ocorreram no mês seguinte, até a finalização em moeda brasileira, no dia 28 de setembro.

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