Descrição de chapéu guerra israel-hamas

África do Sul consulta Corte Internacional de Justiça sobre ofensiva de Israel em Rafah

Netanyahu planeja ataque terrestre; Itamaraty disse que ação terá 'graves consequências'

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São Paulo | Reuters

O governo da África do Sul disse, nesta terça-feira (13), que pediu à Corte Internacional de Justiça (CIJ) para avaliar a decisão de Israel de ampliar suas operações militares em Rafah, no sul de Gaza.

Israel planeja expandir seu ataque terrestre para a cidade de Rafah, onde mais de 1 milhão de palestinos buscaram refúgio da ofensiva que devastou grande parte da Faixa de Gaza desde que integrantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro.

Foto aérea mostra centenas de barracas espalhadas, sobre um chão de terra
Palestinos deslocados, que fugiram de suas casas por causa de ataques israelenses, abrigam-se em barracas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza - Bassam Masoud/Reuters

No domingo, em entrevista, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prometeu estabelecer uma "passagem segura" para os civis deslocados em Rafah, mantendo acesa a ameaça de uma ofensiva terrestre na cidade. Apesar de a comunidade internacional alertar para a possibilidade de um massacre na região que abriga metade dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza, Netanyahu disse à ABC News que iria dar continuidade ao plano.

No mês passado, após ação apresentada pelo governo sul-africano, a CIJ determinou que Israel adote todas as medidas ao seu alcance para evitar que suas tropas cometam genocídio contra os palestinos em Gaza.

A decisão frustrou palestinos e muitos analistas que esperavam uma ordem de cessar-fogo imediato. No fim do ano passado, Pretória submeteu aos magistrados uma petição em que acusava Tel Aviv de ter "motivação genocida" contra os palestinos em Gaza, impondo condições que levariam à morte de civis e à destruição de seu território.

Depois, na audiência inaugural do caso, no início deste mês, Pretória solicitou, entre outras medidas, a suspensão imediata das operações israelenses na Faixa e o fim do "assassinato" e deslocamento da população palestina.

Também nesta terça-feira (13), o Itamaraty advertiu que uma ofensiva terrestre de Israel em Rafah terá "graves consequências". Em nota, o ministério afirmou que os ataques causarão "novas vítimas civis" e um novo deslocamento forçado de centenas de milhares de palestinos, como "vem ocorrendo desde o início do conflito."

Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha condenado os ataques terroristas do Hamas, o Brasil vem mantendo tom crítico contra o que considera uma reação desproporcional de Israel e já chamou a ação de genocídio. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 28.473 pessoas morreram no território desde o início da guerra, e mais da metade são crianças.

Na nota diplomática, o Itamaraty voltou a condenar o deslocamento forçado de palestinos do norte para o sul de Gaza, por determinação israelense, afirmando que é "elemento indissociável da dramática crise humanitária vivida há quatro meses pela população de Gaza". "Estima-se que 80% dos habitantes de Gaza tenham sido obrigados a deixar suas casas, e a maioria deles na direção de Rafah, indicada inicialmente como área segura pelas autoridades israelenses", diz o comunicado do Itamaraty.

O governo brasileiro voltou a pedir um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns pelo Hamas, além de reiterar o apoio à chamada "solução de dois Estados", com criação de um estado Palestino "dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas".

Lula embarcou nesta terça-feira (13) em uma viagem oficial ao Egito e à Etiópia, num roteiro que deve ter como um dos principais momentos um discurso em defesa da Palestina na sede da Liga Árabe, no Cairo.

Com Reuters

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