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Líder da oposição na Venezuela agradece a Lula por críticas ao regime de Maduro

María Corina Machado pede pressão de líderes mundiais para viabilizar candidatura de aliada

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São Paulo

Líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado agradeceu nesta sexta-feira (29) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a outros líderes mundiais que se manifestaram contra a decisão do regime de Nicolás Maduro de impedir adversários políticos de registrarem candidaturas.

Na véspera, Lula havia chamado de "grave" os entraves às tentativas de Corina Yoris, apontada por Machado como sua substituta nas eleições presidenciais na Venezuela, para se registrar no pleito marcado para 28 de julho.

Mulher branca de cabelo castanho liso e camiseta branca fala diante de microfones com pessoas ao fundo
A líder opositora María Corina Machado faz pronunciamento em Caracas - Ronald Peña - 26.mar.2024/AFP

"Agradeço aos presidentes Emmanuel Macron, Lula e Gustavo Petro por suas posições nas últimas horas que reafirmam que nossa luta é justa e democrática", afirmou Machado em publicação no X.

"Ficou claro que não há razões políticas ou jurídicas que impeçam Corina Yoris de ser candidata e que sua exclusão, assim como a minha, nega a possibilidade de eleições livres e justas" no país, prosseguiu.

Machado, 56, vencedora das primárias da oposição e favorita nas pesquisas, foi inabilitada a concorrer a cargos públicos por 15 anos em junho do ano passado. Ela então indicou a professora universitária Corina Yoris, 80, que denunciou não ter conseguido acesso ao sistema eleitoral até o fim do prazo para o registro das candidaturas, na segunda-feira (25).

Ambas fazem parte da aliança Plataforma Unitária Democrática (PUD). Já no dia seguinte, a coalizão informou que conseguiu uma prorrogação do prazo eleitoral e registrou um candidato "tampão", o ex-embaixador Edmundo Gonzalez, 67, apenas para garantir uma vaga.

Agora, os partidos têm até 20 de abril para negociar internamente e decidir se apoiam um dos postulantes registrados ou escolhem uma terceira opção.

Na última semana, representantes de Lula buscaram aliados do ditador e compararam a situação da oposição no país com a candidatura à Presidência do próprio petista em 2018, quando ele estava preso no âmbito da Lava Jato.

Nas mesmas conversas, auxiliares do presidente brasileiro alertaram a ditadura que a inabilitação de Yoris, contra quem não há decisão judicial, resultaria numa manifestação pública de oposição do governo brasileiro.

Após os entraves à postulação de Yoris, o Itamaraty divulgou comunicado na terça-feira (26) em que disse que "acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral" na Venezuela, marcando uma inflexão na postura até então adotada por Lula em relação ao regime de Maduro, de preservar o aliado sul-americano.

Em resposta, a chancelaria venezuelana chamou a nota do Itamaraty de "cinzenta e intervencionista" e afirmou que o texto parece ter sido ditado pelos Estados Unidos.

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