As eleições para a presidência da Câmara demonstram uma polarização entre os representantes dos maiores blocos partidários: há um candidato apoiado pelo governo, outro pela oposição; um é oposição a Rodrigo Maia (DEM-RJ), outro o continuísmo. Ainda que sejam candidaturas aparentemente antagônicas, no fundo são muito parecidas. Mais do mesmo.
Mais do mesmo porque são deputados filiados a partidos que são base do governo —de qualquer governo. Mais do mesmo porque são candidaturas que representam o establishment, capitaneadas por deputados que, no discurso, dizem apoiar reformas e o combate à corrupção, mas que, na prática, nos últimos dois anos, atrasaram a tramitação e desidrataram as propostas pautadas na área econômica e causaram retrocesso no combate à corrupção.
São mais do mesmo inclusive nas suas contradições: de um lado, um deputado do PP que apoiou pessoalmente os governos Lula e Dilma, do PT, agora tem apoio do governo Bolsonaro; de outro, um candidato afiliado de Michel Temer (MDB) agora é apoiado pelo PT e pela esquerda.
É neste cenário de semelhanças profundas entre duas candidaturas que polarizam o debate que surge a disposição da bancada do Partido Novo de apresentar uma terceira via aos colegas parlamentares que concordam que o Brasil merece mais, muito mais do que o mais do mesmo!
A bancada do Novo tem sido consistente, coerente e independente nos seus posicionamentos desde a posse. Apoiamos as reformas apresentadas na área econômica —aliás, frequentemente as defendemos muito mais do que o próprio governo. Cobramos como poucos o envio da reforma tributária e administrativa e criticamos com veemência todas as ações ou omissões do Executivo, do Legislativo ou de qualquer outro órgão ou Poder que resultaram em retrocesso no combate à corrupção.
Mantivemos nossos posicionamentos com firmeza, ainda que por vezes ficássemos sozinhos no painel de votação, sempre respeitando as opiniões divergentes e dialogando com todos.
Nossa candidatura à presidência da Câmara é a melhor alternativa para romper a polarização e dar ao Brasil a certeza de que reformas e privatizações serão pautadas, o combate à corrupção será para valer, as medidas para enfrentar a pandemia serão priorizadas. Queremos que a sociedade volte a ter o sentimento de respeito e até mesmo de admiração pelo seu Parlamento. Aliás, nenhuma legislatura iniciou tão promissora como esta: quase metade dos deputados federais empossados em 2019 pisava pela primeira vez em Brasília, ávida por mudança. Precisamos recuperar o sentimento que a Casa despertava aos brasileiros no início dos nossos mandatos!
O voto de convicção de cada parlamentar é o que fará a diferença nesta eleição, independentemente de orientação ou pressão, seja partidária, do governo ou de grupos políticos. Nossa candidatura iniciou com uma insatisfação com o quadro existente e chega a esta reta final com a certeza de que a consciência tranquila e o compromisso com o futuro da nossa nação falarão mais alto, muito além da polarização na hora do voto de cada deputado. O Brasil merece mais!
TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.