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Baralho paulista

Datafolha mostra força de nomes conhecidos, mas candidaturas estão indefinidas

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Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo - Gabriel Cabral - 10.dez.19/Folhapress

A pesquisa Datafolha sobre a disputa eleitoral paulista registra o bom desempenho de atores de um elenco já conhecido pelo eleitorado: ex-governadores, ex-prefeitos e ex-candidatos bem votados. O que não se sabe, entretanto, é quais desses nomes estarão de fato no palco de estreia da campanha.

O quase eterno Geraldo Alckmin se mostra o preferido do eleitorado, com 26% das intenções de voto, com força especialmente no interior e entre os mais pobres. Hoje sem cargo público, o médico governou o estado por quase 12 anos e meio, em quatro mandatos.

Está de saída do PSDB, provavelmente para o PSD de Gilberto Kassab. Nesse cenário eleitoral do Datafolha, Alckmin ainda aparece como nome do PSDB e, pois, não enfrenta Rodrigo Garcia, tucano noviço e vice de João Doria.

Na prática, é quase certo que Alckmin e Garcia se enfrentem nas urnas. Garcia, no DEM até este ano, ex-deputado, ex-secretário estadual de governos tucanos e gerente-geral do governo Doria, ainda é um desconhecido do eleitorado.

No cenário em que disputa o governo (que exclui Alckmin), Garcia marca 5%. Mas é razoável imaginar que possa tirar votos de Alckmin no eleitorado de centro ou centro-direita que desde 1994 tem colocado o PSDB no governo estadual.

De volta ao cenário com Alckmin na disputa, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) aparece em segundo lugar, com 17%, na prática empatado com Márcio França (PSB), com 15%. Em seguida, com 11%, surge Guilherme Boulos (PSOL), coordenador do MTST, que chegou ao segundo turno da eleição para prefeito, em 2020.

França, vice de Alckmin e governador por alguns meses em 2018, talvez não seja candidato. Pode vir a ser um aliado de Alckmin, o que em parte depende da definição de alianças nacionais do PSB, partido que analisa um acordo com o PDT de Ciro Gomes ou mesmo com o PT.

A candidatura de Boulos, por sua vez, também é passível de se tornar objeto de negociação em um acordo entre seu partido e o PT a respeito da eleição presidencial.

A definição na esquerda, além do mais, depende de um cálculo sujeito a outras hipóteses: sem França na disputa, caso Alckmin mantenha seu eleitorado e caso Garcia decole, há o risco de que a esquerda dividida não chegue ao segundo turno.

Como se não faltasse névoa no cenário paulista, ainda é preciso saber das perspectivas presidenciais de João Doria, sua capacidade de diminuir a má avaliação de seu governo e, assim, de levantar a candidatura de seu vice, Garcia.

Por ora, a pesquisa revela o valor das cartas que os jogadores receberam na primeira rodada. A situação ainda está embaralhada.

editoriais@grupofolha.com.br

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