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O que a Folha pensa

Respiro na pandemia

Há condição para abandono progressivo de máscaras; gestão deve evitar retrocesso

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Pessoas descansando no parque Ibirapuera, que abre no dia do Natal
Paulistanos com máscaras no Parque do Ibirapuera - Agatha Amara - 15.dez.21l/Divulgação

Cresce no país o número de unidades federativas que, por boas razões, optam por flexibilizar o uso de máscaras faciais como instrumento de combate à pandemia.

No Distrito Federal, a proteção deixou de ser obrigatória em espaços abertos no início da semana. Já o estado de São Paulo deve anunciar a mesma medida nesta quarta (9). Minas Gerais delegou a decisão para os municípios, e Belo Horizonte dispensou a obrigatoriedade na última sexta (4).

Tais locais se juntam a Maranhão e Mato Grosso do Sul, num movimento que tende a ampliar-se no Brasil, a exemplo do que já ocorre em diversos países da Europa e nos Estados Unidos.

Tudo indica, afinal, que os piores momentos da onda causada pela variante ômicron ficaram para trás; a quantidade de casos, internações e mortes vem em queda constante nas últimas semanas.

Além disso, ambientes abertos e arejados, como parques e ruas, embora não estejam completamente isentos de risco, propiciam uma maior dispersão do agente causador da Covid-19, diminuindo de maneira significativa os perigos de contaminação.

Já o município do Rio de Janeiro tornou-se a primeira capital do país a abolir o uso mandatório de máscaras em todos os espaços, inclusive os fechados —o que deveria suscitar avaliação cuidadosa.

Nesses locais, em especial os mal ventilados ou com sistemas de condicionamento de ar, eleva-se a probabilidade de propagação do patógeno devido a partículas expelidas em suspensão por mais tempo.

O abandono das máscaras, portanto, deve se dar por último nos ambientes que favorecem aglomerações, caso do transporte público, e naqueles de grande transpiração, como as academias. Também às escolas cabem providências para mitigar o contágio.

No mais, o abrandamento das medidas restritivas precisa vir acompanhado de incentivos à imunização, como a exigência de passaporte vacinal, bem como de campanha em favor da dose de reforço, crucial contra a variante ômicron —hoje, essa proteção abarca somente 40% do público elegível.

As decisões de flexibilização respondem ao anseio pela volta da normalidade e contam com amparo técnico. Que sejam bem executadas, a fim de evitar retrocessos.

editoriais@grupofolha.com.br

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