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Flávio Sandrini

Operação Delegada deve priorizar o policiamento ostensivo

Avanço dos crimes patrimoniais impõe ampliação do efetivo nas ruas

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Flávio Sandrini

Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo (Sesvesp)

O Sesvesp (Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo) defende uma mudança no foco da Operação Delegada, com o direcionamento dos policiais para as áreas com aumento dos índices de furtos e roubos.

A mudança de foco da Operação Delegada na cidade de São Paulo é urgente. A presença de uma viatura na rua, ao invés de parada no estacionamento de uma repartição pública, aumenta a sensação de segurança da população e intimida a ação de marginais. Os recursos direcionados para policiais civis e militares durante suas folgas devem ajudar a reforçar o contingente nas ruas.

Policiais militares que atuam na Operação Delegada fazem ronda na região da 25 de Março, no centro de São Paulo - Robson Ventura - 22.jun.16/Folhapress

É necessário reformular o escopo da lei, que permitiu policiais treinados e equipados com material do Estado para fazer a segurança de locais como fóruns, escolas, hospitais e prédios públicos em geral, além de participarem de operações específicas como as de combate à pirataria, conferindo aos policiais um ganho extra no final do mês.

O setor de segurança privada pode assumir a função, com pessoal qualificado e treinado para resguardar o patrimônio e garantir a preservar a integridade das pessoas. Não faz sentido substitui-los em locais públicos por policiais, que são treinados para combater o crime em patrulhas ostensivas ou por meio de investigações.

O setor de segurança privada, que sofre com a concorrência desleal de empresas clandestinas com os desvios de função promovidos por empresários irresponsáveis e com a lentidão do Congresso Nacional —que não vota o Estatuto da Segurança Privada, contrariando recomendação do Conselho Nacional de Justiça—, não é contra a criação de mecanismos que possam melhorar a renda de policiais civis e militares.

Nosso setor não quer mais ver policiais civis e militares atuando em empresas clandestinas de segurança privada. Somos contrários à precarização do trabalho policial por conta dos baixos salários. Queremos que nossa atividade, que já é fiscalizada com rigor pela Polícia Federal, seja respeitada e regulamentada.

A sociedade não suporta mais os crescentes aumentos de latrocínios. Os números da segurança pública em São Paulo demonstram que precisamos aumentar o efetivo do policiamento ostensivo nas ruas: casos de roubos cresceram 22% na capital paulista, de 9.209 para 11.257, entre 2020 e 2021. O número de furtos teve alta de 49%, de 12.247 para 18.237 no mesmo período. O aumento da criminalidade no interior do estado também foi expressivo: 18% mais roubos e 34% mais furtos, também entre 2020 e 2021. Houve um latrocínio a cada quatro dias na cidade de São Paulo em 2021. Os dados são da Secretaria Estadual ds Segurança Pública. Queremos a população segura. Queremos a polícia na rua.

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