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Funil paulista

Datafolha mostra dianteira de Haddad, o que reforça tendência de saída de França

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Os pré-candidatos ao governo paulista Fernando Haddad (PT), Márcio França (PSB), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB) - Zanone Fraissat e Bruno Santos/Folhapress e Governo de SP

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (30) parece contribuir para o desenlace do principal imbróglio do cenário eleitoral paulista.

Trata-se da disputa entre o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad e o ex-governador Márcio França, cujos partidos, PT e PSB, caminham juntos na corrida presidencial, com a chapa Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

De acordo com o levantamento, numa simulação em que os dois concorrem ao Bandeirantes, o petista aparece na liderança com 28% das intenções de voto, seguido do candidato do PSB, com 16%. Tarcísio de Freitas (Republicanos) teria 12% e Rodrigo Garcia (PSDB), o atual governador, 10%.

É bem duvidosa, contudo, a permanência de França na contenda. O noticiário político tem indicado que o ex-vice de Alckmin está propenso a ceder aos apelos do PT e abrir mão da candidatura.

É provável que se lance ao Senado, caminho que teria se tornado, em tese, menos nebuloso com a enésima desistência do apresentador José Luiz Datena (PSC) de participar de uma eleição.

No cenário da pesquisa sem França, Haddad mantém-se à frente, com 34%, enquanto Freitas e Garcia empatam em 13%, o que sugere uma divisão dos votos do PSB entre o petista e o governador.

No quesito rejeição, o petista, diga-se, também lidera, com 35%, seguido de França, com 20%, e dos postulantes do Republicanos e do PSDB, ambos com 16%.

Há muitos votos a serem conquistados, ademais. Sem França, nada menos que 20% declaram a intenção de não escolher nenhum candidato, enquanto 9% se dizem indecisos —num sinal de que o pleito ainda não desperta tanta atenção.

Embora divergências regionais tradicionalmente criem embaraços para composições nacionais, trata-se, no caso de Haddad e França, de uma situação especialmente espinhosa. A costura de uma inesperada chapa unindo Lula e Alckmin teve forte impacto no contexto de São Paulo, colégio estratégico para quem aspira ao governo federal.

Era natural que surgissem obstáculos para concretizar um acordo entre políticos que poderiam estar em campos antagônicos. Especulou-se, em meio às desavenças, que a manutenção dos dois postulantes poderia até ser favorável para Haddad, por supostamente aplacar uma reação antipetista.

Não há, entretanto, como escapar às evidências de que Lula tem mantido vantagem nas pesquisas nacionais e de que Haddad não dá sinais de perda de terreno na corrida eleitoral paulista, embora deva enfrentar um segundo turno difícil.

editoriais@grupofolha.com.br

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