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Bruno Magrani e François Martins

A contribuição das fintechs para o Brasil do amanhã

Urge ampliar a inclusão financeira e aprimorar a oferta responsável de crédito

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Bruno Magrani e François Martins

Respectivamente, presidente e vice-presidente da Zetta

Ao tomar posse em janeiro de 2023, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encontrará em seu terceiro mandato um cenário diferente daquele do início dos anos 2000 no setor financeiro. Graças à atuação das fintechs, cada vez mais brasileiros têm acesso facilitado a serviços de qualidade com preços justos.

O marco regulatório que abriu caminho para essa transformação foi editado em 2013. É a lei de meios de pagamentos, criada para gerar maior competição, redução de custos e preços, aumento da conveniência para os usuários e melhoria na qualidade dos serviços. Desde então, o Banco Central e sua Agenda BC# vem sedimentando esse caminho para a inclusão financeira. Todo esse avanço, inclusive em relação à lei de autonomia do Banco Central, vem permitindo o desenvolvimento com segurança jurídica tanto para empreendedores quanto para consumidores do segmento das fintechs no Brasil.

As fintechs são empresas que introduzem inovações nos mercados financeiros por meio do uso intensivo de tecnologia. Atuam por meio de plataformas online com serviços digitais. Trazem como benefícios aumento da eficiência e concorrência no mercado de crédito, celeridade nas transações, diminuição da burocracia, redução do custo e maior inclusão.

A democratização do acesso ao setor financeiro é uma das dimensões mais importantes dessa revolução. Segundo dados da Zetta (entidade que representa as fintechs), em 2021 mais de 92 milhões de clientes de fintechs economizaram R$ 60 bilhões em tarifas. Em pesquisa do Instituto Locomotiva, 81% dos entrevistados afirmaram que o processo de aprovação de crédito é simples e acessível a todos nos bancos digitais. Como resultado dessa transformação, de 2013 a 2021 houve um aumento de 35% no número de pessoas que fazem parte do Sistema Financeiro Nacional.

Também se destaca entre os resultados colhidos nos últimos dez anos a redução da concentração bancária em cerca de dez pontos percentuais. Embora esta ainda seja de 71%, um patamar muito elevado, diminuir a concentração é motivo de comemoração. Significa que hoje há mais empresas competindo para servir melhor e de forma mais barata um maior número de pessoas.

É fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil a continuação da inclusão financeira e o aprimoramento da oferta responsável de crédito.

O estímulo à inovação e o fomento à competição, agendas que o presidente eleito sinalizou que irá perseguir, são da maior importância. Remover barreiras e incentivar a participação de novos competidores favorecem a criação de novos produtos, a melhoria dos serviços e a redução de preços ao consumidor, com ganhos que extrapolam o setor financeiro e beneficiam a economia real como um todo.

O próximo governo e sua base de apoio terão papel fundamental para acelerar a construção desse futuro em conjunto com as fintechs e a oportunidade de aprofundar o legado. Os fluxos de portabilidade de serviços financeiros, como salário e crédito, devem ser aprimorados, tornando-os mais ágeis, transparentes e descomplicados. Tal melhoria serviria não apenas ao propósito de empoderar o consumidor, mas também contribuiria para a redução de juros e ampliação do acesso a crédito pela população.

A distribuição de benefícios sociais e de microcrédito produtivo pode ter maior alcance e eficiência com a participação das fintechs. Um governo mais digital também irá reduzir os custos e aumentar os serviços das fintechs para segmentos como MEIs, pequenas e médias empresas.

As fintechs transformaram o mercado financeiro brasileiro, colocando o consumidor no centro, oferecendo contas gratuitas e servindo com transparência milhões de pessoas físicas e jurídicas. Vamos seguir nesse caminho e queremos somar esforços com o novo governo para a construção de uma agenda que leve o impacto positivo dessa transformação para o maior número de brasileiros.

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