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O que a Folha pensa PIB

Mais investimento

Infraestrutura cresce com novas regras; é preciso avançar na União e nos estados

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Trecho da Rodovia dos Bandeirantes próximo à Jundiaí (SP) - Eduardo Knapp/Folhapress

Relatório produzido pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) mostra que o investimento na infraestrutura brasileira cresceu nos últimos anos, mas ainda não atingiu o patamar necessário.

Neste 2022, o volume estimado de aportes privados atingiu R$ 131 bilhões, o maior da série histórica iniciada em 2003, em valores corrigidos pela inflação. Já os desembolsos do setor público permanecem deprimidos, somando apenas R$ 31,9 bilhões, segundo menor montante desde 2006, considerando todos os níveis de governo.

No agregado, os valores ainda ficaram 21% abaixo do recorde da série, observado em 2014. Segundo a associação, o valor investido neste ano equivale a 1,7% do Produto Interno Bruto, ainda distante dos 4,3% tidos como necessários para atender as necessidades de crescimento do país.

As maiores carências estariam nos setores de transportes, logística e saneamento, que juntos demandam 2,7% do PIB, mas receberam apenas 0,55%. Energia e telecomunicações já atraem o bastante.

O cenário não é desanimador. Nos últimos anos, foram grandes os avanços do país nos marcos setoriais, nos modelos de concessões e parcerias público-privadas e na qualidade dos projetos.

Não por acaso, mesmo com resultados ainda insuficientes, houve expansão. O mapeamento de 432 projetos e iniciativas indica potencial de aportes de R$ 544 bilhões. Entre esses, 179 projetos em andamento precisarão de R$ 173 bilhões nos próximos cinco anos.

Os números ficam ainda maiores quando se consideram os 172 leilões federais realizados nos últimos quatro anos, com geração de R$ 179 bilhões em outorgas e plano de investimentos de R$ 922 bilhões.

Há razões para otimismo, em especial, no setor de saneamento, desde que o novo governo não volte atrás na modernização do marco regulatório, que ampliou o espaço para participação privada.

A insuficiência histórica de investimentos estatais, que manteve 100 milhões de pessoas sem acesso a esgoto, pode finalmente ser vencida. Com os leilões já realizados e os projetos que devem maturar nos próximos anos, torna-se pela primeira vez realista falar na universalização dos serviços.

Decerto é necessário ampliar o espaço para investimentos nos Orçamentos públicos, o que demanda reformas na estrutura de gastos. Espera-se que os próximos mandatários persigam esse objeto no governo federal e nos estados.

editoriais@grupofolha.com

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