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Campanha de incentivo à imunização contra Covid deve superar atraso de Bolsonaro

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Vacinação de idosos contra a Covid-19, em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

Com a saída do negacionismo científico de Jair Bolsonaro (PL), o combate à Covid-19 pelo governo federal finalmente começa a seguir rumos sensatos. Na quinta-feira (27), o Ministério da Saúde anunciou que lançará uma campanha nacional de vacinação contra o vírus a partir de 27 de fevereiro.

Até agora, 85,04% dos brasileiros tomaram a primeira dose, e 80,55% têm duas doses ou a dose única da Janssen. Mais da metade não tomou a dose de reforço. Entre crianças de 3 a 11 anos, os índices caem para 60,13% e 42,09%.

Para preencher essas lacunas, especialistas apontam, desde o ano passado, a necessidade de uma politica pública de esclarecimento.

Com a queda no número de mortes (3.938 no mês passado, ante mais de 85 mil em abril de 2021), é natural que diminua a sensação de medo, o que leva à falta de atenção na prevenção. No entanto há também motivações ideológicas.

Segundo pesquisa da Unifesp, 46,8% dos entrevistados acham que a vacinação não deve ser obrigatória, e para 30% os imunizantes não têm comprovação científica.

Ademais, deve-se ressaltar que a situação, embora melhor, ainda inspira cuidados, principalmente para idosos. No último trimestre, 81% dos mortos por Covid no estado de São Paulo tinham mais de 60 anos (65% tinham mais de 70).

Assim, além de incentivar a imunização de grupos a partir de 12 anos, com doses monovalentes, o governo pretende reforçar a vacinação com o tipo bivalente da Pfizer —que utiliza as cepas do Sars-CoV-2 e da variante ômicron BA.1— para grupos prioritários.

Na primeira fase, serão imunizadas pessoas com 70 anos ou mais, seguidas da faixa de 60 a 69 anos, gestantes e profissionais de saúde. A meta é atingir 90% de cobertura.

Crianças pequenas também receberão atenção especial. A partir de fevereiro, serão distribuídas 8,5 milhões de doses da Pfizer para o grupo de 6 meses a 4 anos, e 9,5 milhões para 5 a 11 anos.

O esforço de conscientização do governo também precisará focar, em algum momento, nas enfermidades comuns na infância que já foram erradicadas, mas que ameaçam retornar. Desde 2016, a cobertura vacinal contra poliomelite e sarampo vêm caindo.

Trata-se de mostrar que só é possível erradicar doenças infecciosas quando uma ampla parcela da população está imunizada. Deixar claro, enfim, que vacinar-se é cuidar de si e da comunidade.

editoriais@grupofolha.com

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