A imunização é vista como o maior sucesso de saúde global dos últimos cem anos, salvando milhões de vida por ano. Dispomos de vacinas que previnem mais de 20 doenças infecciosas, contribuindo para que mais pessoas tenham qualidade de vida.
A OMS considera imunização ao longo da vida um dos pilares da atenção primária à saúde e um direito de todos. Mas milhões de pessoas mundo afora têm acesso insuficiente a vacinas. Em alguns países, progressos na cobertura estacionaram ou reverteram-se. É o lamentável caso do Brasil.
A pandemia de Covid refrisou a importância das vacinas. Sem elas, haveria milhões de mortes e de complicações graves a mais. Foi um sinal de alerta: o negacionismo combinado com a falta de letramento científico mata, em grandes números. Afinal, embora o Brasil perfaça apenas 3% da população mundial, contribuímos com mais de 11% das mortes.
Não é só a vacina contra Covid. Gozávamos de uma posição privilegiada no ranking de cobertura vacinal. Retrocedemos.
No que diz respeito à população idosa, ainda prevalece entre muitos a noção de que vacina "é coisa para crianças". Profissionais de saúde são essenciais para derrubar esse mito, mas lhes faltam informações e oportunidades para assegurar que pessoas idosas sejam imunizadas.
E não só contra a gripe: vacinas pneumocócicas, tétano, difteria, coqueluche, hepatite B devem ser aplicadas como rotina. Outras, ainda não disponibilizadas pelo SUS deveriam passar a sê-lo, como contra o herpes zoster, doença não comumente letal, mas que leva a imenso sofrimento e a altos custos por internações evitáveis.
A OMS lançou em 2022 a Estratégia de Imunização Agenda 2030, que pode salvar 50 milhões de vidas na corrente década. Ao se vacinar contra a gripe, lembre-se de colocar sua carteira vacinal em dia.
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