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O que a Folha pensa guerra israel-hamas

Hamas terrorista

Massacrar civis foi o objetivo da invasão à Israel; geopolítica fica mais instável

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Ao lado de corpos, soldado israelense se protege atrás de carro perto da fronteira com Gaza - Oren Ziv - 7.out.23/AFP - AFP

O Hamas, agremiação islâmica que dá as cartas na Faixa de Gaza, cruzou de vez a fronteira rumo ao terrorismo sanguinário.

Não havia objetivo militar nenhum na invasão de território sob controle de Israel neste sábado (6). Os bandos armados sabiam que não teriam condições de sustentar posições do outro lado da cerca.

A única intenção foi a de, beneficiando-se da surpresa propiciada pelo completo fracasso da inteligência israelense, massacrar e sequestrar civis indefesos.

Jovens que se divertiam num festival foram impiedosamente alvejados, o que deixou ao menos 260 mortos. Outros acabaram arrastados à força para cativeiros mantidos pelos terroristas.

Assassinar quem encontrassem pelo caminho e abduzir não combatentes, sem poupar mulheres nem crianças, também norteou as incursões dos jihadistas em outras localidades do sul de Israel. Mais de cem corpos foram encontrados numa comunidade invadida pelos celerados homicidas.

Agora uma brigada do Hamas ameaça matar reféns, seguindo a cartilha da bestialidade terrorista.

Condenar a carnificina patrocinada pelo grupo islâmico é o mínimo que as nações responsáveis deveriam fazer. Alertar Israel para que utilize com proporcionalidade e foco o seu enorme poderio bélico no revide também.

Outra recomendação de bom senso seria os dois lados reencontrarem rapidamente o caminho da diplomacia. Isso exigiria que as lideranças moderadas palestinas retomassem o controle político no campo dos árabes e que fosse revertida a deriva do governo de Israel para a direita religiosa.

Esse encaminhamento ideal, é forçoso convir numa abordagem realista, tornou-se bem menos provável após os atrozes acontecimentos do fim de semana.

A estocada terrorista do Hamas, que deixará traumas duradouros na sociedade e na política de Israel, deve desencadear uma nova espiral de violência no Oriente Médio. Nesse ambiente o terreno se torna propício ao avanço de correntes radicais de lado a lado.

Desenhava-se, sob a coordenação dos Estados Unidos, uma aproximação entre o Estado judaico e a ditadura saudita que poderia redundar num histórico reconhecimento de Israel pelo reino árabe.

Esse movimento fica agora em suspenso, como de resto congelam-se todas as demais expectativas sobre iniciativas que pudessem levar mais estabilidade àquela região conflagrada do planeta.

Pelo contrário, os ventos ora sopram na direção da incerteza. À desafiadora agressão russa na Ucrânia soma-se um redivivo, sangrento e, pelo visto, prolongado conflito entre israelenses e palestinos.

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