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Ranking universitário

RUF confirma liderança das públicas e nichos em particulares; EAD merece atenção

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Campus da Universidade de São Paulo (USP), primeira colocada no Ranking Universitário Folha - Jorge Araujo/Folhapress

A edição 2023 do Ranking Universitário Folha (RUF) confirma a superioridade das universidades públicas em relação às privadas no país. As dez instituições no topo da lista são federais ou estaduais, com USP, Unicamp e UFRGS no pódio, e a particular mais bem colocada (PUC-RS) aparece só na 19ª posição.

No entanto faculdades pagas aparecem bem colocadas quando se consideram quesitos de avaliação isolados. Para compor a nota geral, são analisados cinco critérios: pesquisa, ensino, internacionalização, inovação e mercado.

Das 20 instituições mais bem posicionadas nos dois primeiros quesitos, só há uma privada em pesquisa e nenhuma em ensino. Já em internacionalização, aparecem 5 particulares, em inovação há 4, e em mercado, 7.

A produção cientifica brasileira, portanto, está concentrada em instituições públicas e em centros das regiões Sul e Sudeste. O que, em si, não representa necessariamente um problema. Países como China, Canadá e Austrália direcionam mais da metade do financiamento em pesquisa para um grupo seleto de universidades, que gira em torno de 10 a 15.

Já a lei brasileira exige homogeneidade entre as mais de 200 universidades —pesquisa e extensão na mesma proporção e número mínimo de cursos de graduação e pós-graduação, por exemplo.

Ainda em relação às particulares, o poder público deve dar atenção à explosão do ensino à distância, principal fenômeno recente da educação superior nacional.

Dos 9,4 milhões de matriculados na graduação no ano passado, mais de 2,5 milhões (27%) estudavam em somente cinco universidades privadas, sendo cerca de 2,3 milhões em EAD.

Quantidade que não raro é acompanhada de deficiências de qualidade, como indicam o RUF e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) —que, mesmo com problemas metodológicos, sinaliza precariedades.

No curso de administração, por exemplo, 31% daqueles em faculdades privadas tiraram notas 1 e 2 (menos de 3, numa escala até 5, é considerado inadequado); já nas públicas, o índice foi de 11%. Considerando instituições públicas e privadas, 27,4% dos cursos presenciais alcançaram 4 e 5 (notas máximas); no ensino à distância, 17,9%.

Não se trata de estigmatizar a tecnologia e as instituições particulares. Mas é preciso fiscalizar o uso das ferramentas, implementar avaliações mais precisas e também estimular a diversidade no ensino superior, que não se presta somente à produção acadêmica.

editoriais@grupofolha.com.br

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