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O que a Folha pensa petrobras

Sete Brasil naufraga

Pedido de falência alerta para iniciativas do PT nos setores naval e petrolífero

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Sonda Urca Angra da empresa Sete Brasil - Divulgação

Em recuperação judicial desde 2016, a Sete Brasil pediu falência à Justiça, deixando pelo caminho um rastro de dívidas, má gestão e escândalos de corrupção.

Fundada em 2010 como um consórcio de grandes acionistas privados, fundos de pensão e a Petrobras, no auge da megalomania petista com a descoberta do pré-sal, a empresa deveria gerenciar a compra e a operação de sondas para exploração de novas áreas.

Contudo nem sequer chegou perto de seu plano de fornecer 28 desses equipamentos para a petroleira. Acabou engolfada logo nos primeiros anos por denúncias de propinas e sobrepreço.

Com os atrasos no fornecimento e o impacto da Operação Lava Jato, a Petrobras não manteve os contratos, e apenas quatro sondas entraram em operação, parte ínfima do projeto original.

O imbróglio gerou dívidas de R$ 18 bilhões com bancos e investidores, além de processos contra executivos acusados de corrupção.

Durante o processo de recuperação judicial, a Sete Brasil tentou vender as quatro sondas para a Petrobras por cerca de R$ 1 bilhão e, assim, antecipar pagamentos aos credores —que não passariam de uma fração do montante devido.

Agora, com o pedido de falência, essas negociações são frustradas, e as chances de chegar a uma solução são ainda mais remotas.

O que se observa é a agonia de um projeto que já nasceu em meio a conflitos de interesse e vícios de governança que contaminaram todos os entes que dele participaram, fossem privados ou públicos.

O aprendizado que deveria ficar do episódio, assim como de outras empreitadas nos setores naval e petrolífero, é de ceticismo. Não é fácil tirar do papel projetos complexos para setores altamente intensivos em capital, e o governo federal já enterrou bilhões em pelo menos três iniciativas similares.

Num momento em que Palácio do Planalto e BNDES ensaiam novas aventuras na área naval, declarando levar em conta os erros do passado, o esqueletos da Sete Brasil e de estaleiros fracassados devem servir como lembrança dos riscos que esse tipo de política ensejam para os contribuintes.

editoriais@grupofolha.com.br

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