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Em corrida acirrada, Nunes ganha pontos

Datafolha aponta melhora na avaliação do prefeito, que está empatado com Boulos; eleitorado se mostra pouco informado

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Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal, e Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo - Mathilde Missioneiro e Karime Xavier/Folhapress

A sete meses do primeiro turno, a disputa pela Prefeitura de São Paulo parece à primeira vista previsível, como registra o Datafolha. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) estão empatados na liderança, com larga vantagem sobre os demais candidatos.

São representantes e apadrinhados dos líderes dos polos que hoje praticamente dividem a opinião política-eleitoral do país —Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), esquerda e direita.

A diferença mais notável de cenário, embora nem tão significativa, aparece nas margens. Pela primeira vez em quatro levantamentos, desde abril de 2022, a avaliação de Nunes parece ter um saldo positivo, ainda nos limites da margem de erro de 3 pontos percentuais.

A gestão do prefeito é classificada como ótima ou boa por 29% dos eleitores, é ruim ou péssima para 24% e regular segundo 43%.

Na corrida, Nunes ganhou pontos em relação ao Datafolha de agosto, embora a pesquisa do ano passado e a de agora não sejam imediatamente comparáveis, por diferenças na lista de candidatos possíveis.No mais, os números da sondagem dificultam prognósticos.

Instados a dizer espontaneamente em quem votariam, 60% dos eleitores não sabiam citar um nome; outros 7% não votariam em ninguém. Entres aqueles com renda familiar inferior a dois salários mínimos, 40% da amostra, os índices sobem a 68% e 11%.

A depender do peso efetivo dos padrinhos políticos na decisão do voto, Nunes pode ter dificuldades, pois 63% dos eleitores dizem rejeitar alguém apoiado por Bolsonaro. Um nome endossado por Lula, caso de Boulos, teria a rejeição de 42%.

Observe-se também que, por enquanto, tais relações não estão claras para muitos eleitores: 33% não sabem a quem Bolsonaro dá apoio; 8% chegam a imaginar que o ex-presidente se aliou a Boulos. Por enquanto, Nunes é menos rejeitado (26%) do que o rival (34%).

Com o conhecimento dos candidatos e de suas relações políticas, decisões de voto podem mudar. Parte do eleitorado paulistano não conhece Boulos (17%) ou o conhece "só de ouvir falar" (27%). A situação de Nunes é quase a mesma, com 15% e 27%, respectivamente.

Dadas a polarização e as filiações dos postulantes, é bem possível que o destino político de Lula e Bolsonaro até a eleição possa pesar de modo diferente na disputa municipal. A popularidade do atual mandatário parece decair; investigações policiais e decisões judiciais podem abalar ainda mais a imagem do antecessor.

O eleitorado ainda não se deteve na análise dos candidatos e suas propostas. A disputa que ora se afigura acirrada ainda parece aberta.

editoriais@grupofolha.com.br

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