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Leitores da Folha contam como lidam com derrotas

"Eu sempre tive um plano A e um B", escreve assinante

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Nesta semana, a Folha perguntou a seus leitores de que forma eles lidam com suas derrotas.

Leia abaixo algumas respostas.


Eu sempre tive um plano A e um B. Nas viagens, no trabalho, na vida, nos negócios. Procurava resolver as questões assim: no controle. Porém, tive que enfrentar dois grandes desafios: a doença degenerativa da minha mãe e a perda de mais R$ 500 mil na pandemia. Para nenhum dos dois tinha plano B, porque fugiram do meu controle. Chorei, fiquei com raiva, culpa, todas as fases do luto. É isso que tenho feito para passar pelas perdas: viver cada fase do luto para me curar.
Jaqueline Araújo, 56, analista de projetos de TI (Brasília, DF)

Minha primeira derrota foi a morte do meu pai quando eu tinha 13 anos. Ele foi assassinado após sofrer um sequestro relâmpago. Foi horrível, eu pensei que não iria aguentar aquela dor, mas precisei superar e amadurecer, pois minha mãe precisava de mim. Hoje vejo que tudo que passei nesses anos foram necessários para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje.
Gessica Santos de Almeida, 33, correspondente bancária (Embu das Artes, SP)

A minha primeira derrota foi quando eu tinha apenas 16 anos. Eu perdi meu namorado para minha prima. Eu desejei felicidades para eles e até sugeri que se casassem. De fato, se casaram e têm quatro filhos. Continuo amiga deles, mas ele ainda se meteu a besta para meu lado e eu disse: "Você escolheu, então permaneça com sua escolha e respeite ela."
Rosimeri Trintin Da Silva, 43, confeiteira (Barreiras, BA)

A primeira vez que me senti derrotado foi quando reprovei em uma disciplina da faculdade. Para lidar bem com minhas derrotas, a chave foi ter paciência para respeitar meu próprio ritmo e não desistir de qualquer objetivo.
Wagner Ferrari Costa, 24, psicólogo (Londrina, PR)

Eu de início me fecho e reflito. Tomar atitudes imediatamente te dá mais chances de ter que lidar com mais sentimentos ruins. Quando você busca realizar seus sonhos a derrota costuma ser um sentimento quase constante.
Larissa de Oliveira Bernardo, 29, designer gráfico (Colina, SP)

Lidar com derrota é sempre um desafio porque significa ter de refazer o caminho e admitir que eu ainda não estou bem preparada. Por exemplo, tenho 22 anos e estou há 6 anos tentando medicina e apesar de ter mais de 20 aprovações em medicina em faculdades particulares, cada prova de federal é um desafio. Em síntese, ser mais carinhosa comigo é a chave e não me reduzir é a engrenagem da porta para ter uma vida mais leve.
Isabelle Assis Baptista, 22, estudante (Porto Alegre, RS)

Não me lembro da primeira vez que me senti derrotada, mas lembro da sensação no peito queimando. É fisicamente e emocionalmente desconfortável. Tento sempre lembrar de que muitas pessoas já passaram por coisas assim e que ainda irão passar. Eu não sou a exceção.
Giovana Dias de Deus, 22, estudante (Praia Grande, SP)

Tranco-me no quarto e escuto heavy metal em volume muito alto.
Fernando Omar Carballo, 52, empresário (Buenos Aires, Argentina)

Mesmo sendo filho de uma mãe semianalfabeta, valores básicos e simples sempre me foram passados. Lembro-me de minha mãe dizendo que o que importa é sempre participar, competir, que assim aprendemos e podemos ser melhores para um dia poder vencer. Perder é tão comum quanto ganhar para mim.
Willian Carlos Scaliante, 33, linguista (Dublin, Irlanda)

OUTROS ASSUNTOS

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se aproxima do microfone, no Palácio da Alvorada, para seu primeiro pronunciamento depois da derrota das urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Lucio Tavora - 2.nov.22/Xinhua

Bolsonaro punido
O Brasil assistiu impotente a três anos e dez meses de arruaças de um governante inepto ("Por que Bolsonaro precisa ser punido", Hélio Schwartsman, 4/10). Há um rosário de crimes a serem investigados e necessariamente julgados, não no estilo republiqueta de Curitiba, sem a prática do devido processo legal. Deixá-lo impune é autorizar outros a fazerem o mesmo e até pior, pois a degradação do Estado brasileiro foi a mais profunda da história republicana.
Francisco Bezerra de Menezes (Fortaleza, CE)

Foi muita barbárie. A punição é necessária, pedagógica. Ainda que não se pudesse comprovar seu papel no genocídio durante a pandemia, malversação de verbas etc., seu voto no impeachment de Dilma foi apologia da tortura e da ditadura militar. Al Capone também foi preso por crime menor.
Dora de Oliveira e Silva (Brasília, DF)

Racismo na escola
Que vergonha para os pais ("Colégio Porto Seguro expulsa 8 alunos após caso de racismo", 4/11). Imagina receber comunicado da escola dizendo que seu filho está sendo desligado por ser racista. Eu ficaria muito preocupado.
Robson Barreto (Salvador, BA)

Lula, a lenda
Mário Sérgio Conti é um jornalista brilhante, mas isso não o impede de ceder à mística de Lula, infelizmente ("Herói", 5/11). Votei nele também e fiquei muito feliz com sua vitória. Mas o triunfo não deve nos fazer esquecer dos desmandos, do caos econômico e do uso da corrupção como ferramenta de governo, bem reais nos governos petistas. Devemos estar atentos para que não repitam os mesmos erros. Colocar Lula num pedestal não nos ajuda em nada nessa tarefa.
Alexandre Effori de Mello (Rio de Janeiro, RJ)

Petrobras
Sangria fez o PT na Petrobras ("Petrobras aprova R$ 43,7 bi em dividendos e presidente do PT fala em ‘sangria’’’, 3/11). A empresa hoje está capacitada para fazer o que deve uma empresa administrada com proficiência. Essa fala é tudo que a oposição quer ouvir antes mesmo da posse que, com grande esforço de todos nós, se tornou possível.
Augusto Luppi (Atibaia, SP)

Randolfe ou Marina
Lula deveria convidar um índio, em respeito à Amazônia, para colocar-lhe a faixa presidencial aos olhos do mundo! ("Lula deve escolher entre Marina Silva ou Randolfe para ministério", Painel, 4/11).
João Montanha (Recife, PE)

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