Além dos parabéns, cobranças. Leitores que enviaram mensagens de felicitações à Folha por ocasião de seu aniversário de 102 anos, completados neste domingo (19), querem que o jornal seja mais transparente e corajoso e defenda a democracia, a liberdade de expressão e a diversidade.
"[Desejo] Mais coragem e discernimento na defesa intransigente da liberdade de pensamento e de expressão em sua forma geral, ampla e irrestrita como liberdade individual", escreveu o advogado João Roberto de Napolis, 72, de São Paulo (SP).
"Parabéns pela história! Desejo que continue atuando em defesa da democracia e da verdade", afirmou
Valdeci Israel, 58, advogado, de Urubici (SC).
Alguns leitores aproveitaram para fazer pedidos editoriais. "Comecem a publicar novelas de ficção de escritores renomados e de qualidade, como nos velhos tempos dos jornais", disse a aposentada Cristina Ferreira Laterza, 55, de Belo Horizonte (MG).
"O que eu queria mesmo era a volta do Guia da Folha impresso, o melhor roteiro cultural da cidade! Está fazendo muita falta", afirmou o ator Joselito Porfirio Gaza Teixeira, 50, de Taboão da Serra (SP).
O jornal foi fundado em 1921 por Olival Costa e cinco colegas como Folha da Noite.
Depois surgiram duas outras edições, a Folha da Manhã e a Folha da Tarde. Em 1960, os três títulos foram unificados com o nome Folha de S.Paulo.
Leia a seguir algumas das mensagens enviadas pelos leitores. Eles responderam à pergunta: "O que você deseja para a Folha em seus 102 anos?"
"Que a Folha continue a revelar, pelos próximos 102 anos, o que os poderosos gostariam de esconder."
Tony Nyenhuis, 51, redator publicitário (Peruíbe, SP)
Gostaria de começar dando os parabéns ao corpo de jornalistas que trabalham duro e também ao jornal, que foi desafiado pelas novas tecnologias, mas manteve-se firme. Para os próximos 102 anos desejo mais diversidade e acessibilidade. Sei que a Folha tem um enorme desafio no campo da acessibilidade: continuar e até ampliar o recurso de descrição de imagens e otimizar ainda mais seu app para pessoas com deficiência que merecem ter algo de qualidade como consumidores que são. Parabéns!
Ezequiel Oliveira, 31, QA analista (Salvador, BA)
"Desejo que venham os próximos 102 anos, mas para isso, jornal precisa evoluir, dinamizar-se e apresentar conteúdo sobre alimentação, esportes, saúde, como forma de diversificar quem o lê."
Felipe Storch de Oliveira, 29, economista (São Paulo, SP)
"Que volte a dar importância ao público infantojuvenil! Fui apresentado à Folha quando eu tinha um metro de altura, bebendo achocolatado e vendo as tirinhas da Laerte. Descobri que havia também a Folhinha, e lá se vão vinte anos de casamento. O jornal precisa dialogar com a criança, por um país melhor no futuro. Eu sou cria da Folha e, por isso, desejo Folha a todos os meninos da nação!
Jaime Souza, 30, professor (Salvador, BA)
"Valorização do processo democrático, propostas mais honestas para redução das desigualdades sociais e salariais, que não seja privatização e reformas que reduzem massa salarial e capacidade de consumo dos trabalhadores com menor renda; condenação à extrema-direita fascista sempre e correção dos articulistas quanto a 'fake news'."
Fernando Fernandes de Mello, 70, professor aposentado (Rio de Janeiro, RJ)
"Desejo que tenha sucesso para o futuro, que saiba fazer a autocrítica, não apenas do passado, mas do presente também. Que trate seus jornalistas, responsáveis por seu sucesso, com a dignidade que merecem. E que nos próximos 102 anos honre seu lema e deixe de ser um panfleto da Faria Lima para ser, verdadeiramente, um jornal a serviço do Brasil."
Renato Henrique Torres Polli, 35, advogado (Florianópolis, SC)
"Desejo que a Folha seja mais honesta com o leitor sobre suas posições. O disfarce da imparcialidade é uma roupa que não lhe serve mais. Desejo também que a Folha saia do século 20 e entre no século 21, principalmente quando o assunto é debate econômico. Quem envelheceu mal foi a Folha, que há pelo menos 30 anos insiste num modelo de negócio que não funciona."
Alan Alves Pereira, 27, psicólogo (Uberlândia, MG)
"Parabéns pelos 102 anos de glórias. Desses, há mais de 30 anos sou assinante! E, rumo aos 200 anos. Pena que não estarei aqui para felicitar e festejar."
Neli de Faria, 69, procuradora do município de SP aposentada (São Paulo, SP)
"Parabéns, Folha, por mais um ano de excelência jornalística! Entre erros, tropeços e acertos, a Folha continua sendo o jornal mais plural, confiável e independente do Brasil. Sua história é admirável e sua trajetória é um testemunho da importância do jornalismo. Minha história com a Folha vem desde a infância, quando meu avô lia suas páginas no café da manhã. Hoje, adulto, consigo reconhecer a importância do trabalho que vocês fazem. Espero que a Folha tenha mais sucesso e dure mais 102 anos! Que seja mais moderna e digital, embora eu ainda ame ler o impresso nas manhãs de domingo. Obrigado, Folha, por sua contribuição para a construção de uma sociedade mais informada, justa e democrática!
Gabriel Henrique Pereira, 23, químico (Campinas, SP)
"Atitude, transparência e coragem. A Folha sintetiza o pensamento de uma sociedade plural, democrática e inclusiva. Desejo que continue presenteando o Brasil com o seu jornalismo transformador, crítico, imparcial e independente. Suas reportagens e artigos fortalecem a nossa democracia e enaltecem a cultura brasileira."
Flavio Vinicius de Campos, 54, servidor público (Rio de Janeiro, RJ)
"Que continue a defender a democracia que queremos para o bem de todos sempre. E que se aprofunde em problemas brasileiros em todos os aspectos."
Sérgio da Silva, 75, engenheiro naval aposentado (Santo André, SP)
"Desejo que a Folha faça críticas justas ao novo governo e dê apoio às iniciativas para a diminuição das desigualdades sociais, principal problema do país."
Soraia Freaza Lôbo, 64, professora de nível superior (Salvador, BA)
"Que continue com esse trabalho maravilhoso, independente e vitorioso, mostrando ao povo brasileiro como se vencem as árduas batalhas, sem transgressões e sem imposição de mordaças na vida nacional. Parabéns e muitas Vitórias sempre."
José Saboya Filho, 71 ("bem vividos, Graças a Deus"), aposentado (Boituva, SP)
"Mais isenção com relação a dogmas da economia como taxas de juros, metas de inflação e tratamento mais imparcial com o governo Lula, especialmente nos primeiros tempos de governo. Manter Zé Simão, mais humor e cuidar (bastante) com manchetes que estão bem fora de contextos mais complexos."
Luiz Fernando Fleck, 70 ("leitor há 50 anos"), servidor público (Porto Alegre, RS)
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