Nesta semana, a Folha perguntou aos leitores qual, na opinião deles, deve ser a posição do Brasil diante de líderes autoritários. Os assinantes apontaram a combinação de neutralidade com senso crítico como um dos requisitos para uma boa diplomacia. Confira algumas respostas a seguir.
Deve ser abertamente crítica com as violações de direitos humanos, mas pragmática na relação diplomática e comercial.
Gustavo Dal Bello (Porto Alegre, RS)
Acredito que o Brasil deva manter certo distanciamento de líderes autoritários. Não totalmente, para que isso não implique na ruptura diplomática entre os dois países. Mas o suficiente para que a relação não se confunda com apoio.
Robson Vinícius Gonçalves Rodrigues (Brasília, DF)
Pragmática, buscando estabilidade, benefício mútuo entre as duas nações e não interferência em assuntos internos. Deve seguir uma linha parecida com a diplomacia chinesa. Se sofrer desagravo, devolver com desagravo. Se for recebido de forma respeitosa, o líder deve também ser recebido de forma respeitosa. Mecanismos internacionais não devem ser utilizados para impor uma ideia abstrata de democracia e liberdade. Isso já justificou milhões de mortes.
Pedro Henrique Fernandes Rodrigues (Ipatinga, MG)
Primeiro, dê a definição de líder autoritário. E a quem a pergunta se dirige especificamente. No caso de Putin, o Brasil não deve participar de nenhum bloqueio econômico, mas deve condenar abusos como invasão a países vizinhos. No caso de Maduro e de Cuba, reestabelecer laços diplomáticos e comerciais é importante e concordo. Somos um país de origem colonizada, não podemos nos alinhar automaticamente com países de viés colonizador e dominador. Precisamos ter independência econômica!
Nelson Murilo Cardoso (Rio de Janeiro, RJ)
Distância.
Maria Costa (São Paulo, SP)
Já diz na Constituição do Brasil que o país não deve interferir em questões de soberania de outros países. Esta deve continuar sendo a posição do Brasil.
Julia Felmanas (São Paulo, SP)
O Brasil deve manter bom relacionamento com todos os líderes, inclusive aqueles que estão envolvidos em conflitos. No entanto, acredito que sempre com a postura de neutralidade. O objetivo deve ser construir e ampliar parcerias comerciais e estreitar a troca de conhecimentos/investimentos.
Francisco Silva (Fortaleza, CE)
A postura do Brasil deve ser de isolamento e que fique bem claro para todos o porquê. Todos vimos pela TV a multidão de venezuelanos fugindo à procura de mínimas condições de sobrevivência. Lá estão sendo cometidos crimes contra a humanidade e qualquer ser humano civilizado deve repudiar veementemente o que está acontecendo. Não podemos abraçar e nem receber ditadores com tapete vermelho.
Ana Marques (Jundiaí, SP)
Deve ser de condenação do autoritarismo e de defesa da democracia.
Birgit Yara Frey Riffel (Araxá, MG)
Ignorá-los, aplicar duras sanções verbais e econômicas.
Maria Marta Krähenbühl Leitão (São Paulo, SP)
De respeito, mas se posicionando pela democracia. Ou seja, não bajular tais indivíduos.
Ornilo Alves da Costa Junior (São Paulo, SP)
Manter diálogo, mas com uma postura crítica. Não importa qual seja o campo político.
Elias dos Reis Louzeiro (São Paulo, SP)
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