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Leitores dizem que passaram mais de 12 horas sem energia elétrica

Assinantes descrevem as consequências das chuvas que atingiram São Paulo nesta semana

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São Paulo

As fortes chuvas que atingiram São Paulo nesta semana deixaram um rastro de destruição pela cidade. As tempestades provocaram mortes, destruição de carros por árvores, falta de energia elétrica em casas e alagamentos de ruas. A previsão é que os temporais continuem diariamente até sábado (13).

A falta de energia elétrica e a demora no atendimento da Enel seguem como as principais reclamações dos leitores da Folha. O jornal abriu uma interação com os assinantes nesta terça (9) para manifestações a respeito do tema.

Temporal atinge São Paulo nesta quarta-feira (10) e causa trânsito e alagamentos na região do Terminal João Dias, na zona sul - Leandro Chemalle/Thenews2/Folhapress

"Estou escrevendo essa mensagem às 00h56 e faz cerca de uma hora e 20 minutos que estou sem energia no bairro de Campo Grande, na zona sul de São Paulo, próximo à avenida Interlagos. Hoje tive que lavar a louça no escuro e tomar banho frio", conta o analista de sistemas Carlos Eduardo Moraes da Silva, 45.

Ivan Delmanto Franklin de Matos, 43, ficou sem luz por 12 horas. Neste período, sua maior preocupação foi com os eletrodomésticos, que tiveram o funcionamento interrompido e podem ficar danificados.

"Neste enorme calor, o ventilador, por exemplo, não funciona. Isso há 12 horas! A Enel não ofereceu qualquer justificativa ou previsão para a resolução do problema, apenas informou que ‘a cidade vive um estado de crise’", conta o professor universitário e morador de Perdizes, bairro na zona oeste da capital.

Para o gerente de projetos Melchior Martin Neto, 50, a queda de energia durou quase 15 horas. Ele é morador do Parque São Jorge, na zona leste da cidade. "A Enel apareceu somente 12 horas depois, mas ainda não resolveu o problema".

Como revelado pela Folha, o tempo de espera por equipes da Enel, concessionária responsável pelo abastecimento elétrico em São Paulo, dobrou em cinco anos, com uma espera para a resolução do problema de cerca de 12 horas e meia. O tempo em que os domicílios ficam sem luz, por outro lado, diminuiu em cerca de 11% no mesmo período.

Dois leitores lembram as consequências da falta de energia em prédios com muitos moradores idosos. "Prédio com 14 andares e muitos moradores idosos na Vila Mariana sofre frequentes quedas de luz em dia de chuvas, devido à falta de poda das árvores centenárias por parte da prefeitura. Já foram feitos vários protocolos, mas a prefeitura não responde", conta Raphael Toscano, 39.

Ele lembra outra ocasião em que as chuvas causaram estrago parecido. "No evento de 3 de novembro, quando uma tempestade atingiu a cidade de São Paulo no final da tarde, vários idosos ficaram presos nos seus apartamentos por dias pelo fato de conseguirem descer os inúmeros lances de escadas."

Ricardo Liguori, 49, tem uma reclamação parecida à de Toscano. Seus pais moram em Mirandópolis, na zona sul da capital, e durante as chuvas de novembro de 2023 também sofreram com a falta de energia, que durou quatro dias.

"O meu pai, de 81 anos, tem prótese no joelho direito, sente muita dor ao caminhar, e não possui condições de descer as escadas do prédio em segurança, porque não há gerador e o hall da escadaria é escuro. Minha mãe tem 77 anos, passou por uma cirurgia de catarata", diz o jornalista.

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