O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta segunda-feira (8) suas primeiras indicações para o Banco Central. Gabriel Galípolo, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda e próximo de Fernando Haddad, e Ailton de Aquino Santos, analista do BC desde 1998, devem ocupar as diretorias de política monetária e de fiscalização na instituição. Os dois serão sabatinados pelo Senado —que recebeu bem as escolhas.

Se confirmadas, as indicações farão com que a gestão petista passe a ter nomes próprios participando das decisões relacionadas à taxa básica de juros, que tem sido alvo de críticas recorrentes de Lula desde o começo do governo.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária manteve a Selic em 13,75% ao ano —a sexta manutenção consecutiva nesse patamar. O governo defende a redução da taxa como fator fundamental para a retomada econômica, debate que se intensificou com a desaceleração da inflação em abril.

As indicações de Galípolo e Santos carregam a expectativa do governo de que eles possam contribuir com uma mudança de rumo na política monetária. As nomeações também devem dar início a um processo de transição na cúpula do BC. O atual presidente, Roberto Campos Neto, principal alvo de críticas de Lula, tem mandato até o fim de 2024.

Nesta terça (9), o Café da Manhã discute o que o governo e o mercado esperam com as indicações de Lula para a diretoria do BC. O economista André Roncaglia, professor da Unifesp e colunista da Folha, analisa as perspectivas para a taxa básica de juros no país.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gustavo Simon e Magê Flores, com produção de Laila Mouallem e Priscila Camazano. A edição de som é de Thomé Granemann.