Podcast discute legado de Zé Celso e o lugar do teatro no Brasil

Dramaturgo morto aos 86 anos revolucionou as artes, que terão desafio de manter transgressão do Oficina

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São Paulo

Morto nesta quinta-feira (6) em São Paulo, o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa deixa um legado de revolução e transgressão no teatro —que as artes no Brasil terão o desafio de manter em marcha. Tradutor do tropicalismo nos palcos, Zé Celso tinha 86 anos e estava internado depois de ter tido mais de 50% do corpo queimado em um incêndio doméstico.

O artista, que estudou direito, fundou com amigos da USP o Teatro Oficina, na virada dos anos 1950 e 1960. O grupo ganhou projeção com montagens como "O Rei da Vela", baseada em livro de Oswald de Andrade, e "Roda Viva", de Chico Buarque, que se tornaram símbolo do enfrentamento cultural à repressão da ditadura militar.

Estudioso do teatro, Zé Celso usou em sua dramaturgia de catarse, transgressão e liberdade sexual. As peças do Oficina se caracterizam pelo diálogo entre atores e plateia, pela estética visceral e pela longa duração, em uma espécie de ritual. Também pela leitura política que o diretor sempre imprime —em experimentações de formato e atualizações de texto feitas inclusive em remontagens recentes.

Nos últimos meses, o dramaturgo se dedicava à adaptação de "A Queda do Céu", de Davi Kopenawa e Bruce Albert. O velório de Zé Celso aconteceu no Oficina. Ele deixa o marido, o ator e diretor Marcelo Drummond, que deve assumir a companhia teatral. Os dois tinham oficializado a relação de 37 anos em um casamento há um mês.

O Café da Manhã desta sexta (7) discute como Zé Celso transformou a dramaturgia brasileira, analisa o legado dele dentro e fora dos palcos e debate o lugar do teatro no Brasil hoje. O episódio entrevista Welington Andrade, crítico de teatro e editor da revista Cult.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Magê Flores e Gabriela Mayer, com produção de Carolina Moraes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.

Imagem de capa do podcast Café da Manhã, com o nome do programa escrito sobre vários recortes de jornais. Logos de de Spotify e Folha de S.Paulo podem ser vistas nos cantos
Reprodução
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