O pedido de investigação da ONG Transparência Internacional foi mais um movimento do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli contra medidas da Operação Lava Jato. Ele se soma à suspensão de multas impostas à J&F e à Novonor (antiga Odebrecht) em acordos de leniência fechados pelas empresas —em valores que somam R$ 14 bilhões.
Toffoli baseou essas decisões e a anulação de provas obtidas na delação de executivos da Novonor nas revelações da Operação Spoofing, que tratou dos diálogos entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro. Segundo ele, abusos cometidos pela força-tarefa podem ter coagido as empresas a fechar os acordos de leniência.
Nesta terça (6), Toffoli suspendeu o sigilo das ações sobre a Transparência e a Novonor, e a Procuradoria-Geral da República recorreu contra a suspensão da multa da J&F. A Transparência divulgou nota em que diz sofrer retaliações injustas em resposta ao trabalho anticorrupção —o pedido de investigação veio após a divulgação do ranking de percepção da corrupção, em que a ONG cita decisões de Toffoli como argumento para a piora da avaliação brasileira.
O Café da Manhã desta quarta-feira (7) explica o que baseia a postura de Dias Toffoli, discute o histórico do ministro em relação à Lava Jato e analisa os movimentos políticos dele. O podcast entrevista Felipe Bächtold, repórter da Folha.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Magê Flores e Gabriela Mayer, com produção de Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
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