A imagem que viralizou de um jovem que foge de policiais em uma manifestação não é Lula. A fotografia, tirada por Evandro Teixeira, é do movimento estudantil de 1968 e é conhecida por ser um dos símbolos da repressão do regime militar de 64.
O conteúdo foi repassado por leitores via WhatsApp do Folha Informações, canal de checagem de boatos e notícias falsas do jornal.
A imagem, que tem o rosto do ex-presidente Lula, acompanha o texto “esta foto não tem preço, o vagabundo do Lula apanhando”. A fotografia foi tirada em 1968 e é de Evandro Teixeira, 83, fotojornalista conhecido por seus cliques durante a ditadura militar.
Procurado pela reportagem da Folha, Teixeira disse que entrou em contato com seus advogados para retirá-la do ar.
A foto foi tirada em 21 de junho de 1968 em manifestação do movimento estudantil na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Conhecida como sexta-feira sangrenta, 28 manifestantes morreram durante a passeata.
Antes de bater a foto do jovem caindo, Teixeira registrou uma mulher sendo carregada. “Naquela época não era festim, era bala de verdade. Eles costumavam usar uma baioneta”, diz o fotojornalista.
“O que se sabia é que ele era estudante de medicina. Foi uma cena horrorosa, terrível, chocante”, diz. Segundo Teixeira, que à época trabalhava no Jornal do Brasil, o estudante morreu, provavelmente, depois que tirou a foto. “Deram uma tremenda porrada e ele caiu, bateu a cabeça no meio-fio da calçada do Theatro Municipal”, lembra.
“Coloquei novamente a foto no jornal procurando reencontrá-lo. Falei que teria a maior honra e prazer em compartilhar com ele, conversar sobre o que aconteceu”, diz.
Se recebeu alguma informação que acredita ser falsa, comunique o WhatsApp da Folha (0-xx-11 99486-0293). Pode ser áudio, vídeo, corrente, imagem ou notícia que circule pelo aplicativo ou por redes sociais, como Facebook, Instagram ou Twitter. O jornal faz uma seleção do conteúdo a ser checado e publica o resultado desse trabalho em Folha Informações.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.