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Esperança vencerá radicalismo e Bolsonaro foi grande perdedor, diz Covas

Prefeito buscou passar um discurso de moderação e rotular a adversários como extremistas

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São Paulo

Em seu primeiro discurso após resultados que o colocam no segundo turno, prefeito Bruno Covas (PSDB) atacou o que vê como radicalismos de adversários e se colocou como uma candidatura que tem como características a experiência e moderação.

As declarações foram dadas na noite deste domingo (15), durante entrevista coletiva no escritório estadual do partido, nos Jardins.

Com 99,67% dos votos apurados, o tucano confirmou o favoritismo detectado nas pesquisas e está com 32,85% dos votos válidos, contra 20,24% de Boulos, que superou Márcio França (PSB), por enquanto com 13,65% dos votos, e Celso Russomanno (Republicanos), com 10,50%.

"A esperança venceu o radicalismo no primeiro turno e a esperança vai vencer o radicalismo no segundo turno", disse Covas. "Nosso grande diferencial é que não apenas a gente apresenta promessas, mas mostramos experiência".

Questionado pela reportagem sobre os motivos de se referir ao adversário Guilherme Boulos (PSOL), ele afirmou que era o repórter e não ele quem dizia que o candidato é radical. "Eu só falei que vou vencer o radicalismo".

O prefeito definiu como radicalismo "desrespeito à lei, à ordem, à democracia, à união de forças. Isso é o radicalismo que a cidade de São Paulo não quer".

Boulos, posteriormente, rebateu a afirmação. "Eu vi a declaração do Bruno de que a disputa seria da moderação contra o radicalismo. A disputa não é essa. Ele está errado. A disputa é da mesmice contra a esperança”, disse.

A campanha de Covas considerava Boulos o adversário ideal para o segundo turno. Na visão deles, ele poderá capitalizar o discurso centrista e também agregar votos de candidatos como os de Celso Russomanno e Márcio França.

Apesar do tom crítico, Covas argumentou que, no segundo turno, continuará focando a campanha em assuntos da cidade de São Paulo e que espera conseguir manter.

Covas também também criticou Bolsonaro, que, para ele, é um dos grandes perdedores das eleições. "Foi um grande erro do presidente ter tentado se intrometer na eleição aqui na cidade de Sâo Paulo. A população refutou essa participação. Não tenho a menor dúvida de que ele é um dos grandes perdedores nessa eleição", disse, referindo-se ao apoio de Bolsonaro ao candidato Celso Russomanno (Republicanos), que naufragou de novo nessas eleições.

O prefeito estava acompanhado do governador João Doria (PSDB), que foi escondido durante todo o primeiro turno. Perguntado sobre o assunto, ele afirmou que foi uma campanha atípica. "Não tem o governador largar 645 municípios do estado para fazer campanha", disse.

Covas ainda afirmou que no segundo turno construirá uma frente ampla. Ele ainda afirmou que não negará apoios, incluindo um eventual do candidato Russomanno, que passou o primeiro turno fazendo duros ataques a ele. "Apoio não se nega. Vamos aceitar qualquer apoio dentro do campo democrático".

O prefeito afirmou que não teme ser prejudicado pela distribuição igual do tempo de TV, uma vez que tinha 40% de todo o tempo no primeiro turno. Covas afirmou que enfrentou vários candidatos de oposição no primeiro turno, que, somados, tinham mais tempo que ele.

Na manhã deste domingo, Covas esteve cercado de apoiadores. Acompanhou a votação da ex-prefeita Marta Suplicy, do governador João Doria e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

"Time que ganha Copa do Mundo não escolhe adversário", limitou-se a dizer.

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