Um dia após o ex-governador João Doria (PSDB) ameaçar ficar no cargo com a justificativa de obter apoio no próprio tucanato, a União Brasil fez uma ofensiva para tentar atrair o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), para concorrer à reeleição pelo partido.
Rodrigo saiu do DEM, que originou a União Brasil ao lado do PSL, para concorrer ao governo estadual pelo PSDB. No entanto, após a jogada de Doria, que chegou a irritar aliados, ex-correligionários do novo governador tentam trazê-lo de volta.
Membros da União Brasil esperavam uma resposta de Rodrigo na noite desta sexta (1º).
O PSDB, por sua vez, convidou ACM Neto (União Brasil), candidato ao Governo da Bahia, a se filiar.
A União Brasil também atraiu na quinta-feira (31) o ex-juiz Sergio Moro. Nesta sexta, um dia após anunciar que abria mão de sua candidatura à Presidência, ele afirmou que não se filiou ao partido para ser candidato a deputado federal e disse que não desistiu de nada.
Dirigentes da União divulgaram uma carta de convite a Rodrigo, afirmando que a legenda se encontra unida e forte.
Parlamentares do partido dizem ter esperança de que Rodrigo se filie. Já o PSDB foi pego de surpresa com a divulgação da carta.
De acordo com tucanos ouvidos pela reportagem, pesará na decisão de Rodrigo sua boa relação com quase a totalidade dos prefeitos do estado, sendo que a maioria é do PSDB. Seus aliados no partido também esperam que ele não crie mais instabilidade com a migração de última hora.
A carta afirma que Rodrigo mostrou sempre "posicionamento priorizando a população, com uma atuação que consiste em modelo a ser seguido".
O documento é assinado pelo presidente da sigla em São Paulo, Antônio de Rueda, pelo secretário-geral, deputado federal Geninho José Zuliani (SP), e pelo tesoureiro, o deputado federal Alexandre Leite (SP).
O parlamentar divulgou posicionamento em que afirma que "é preciso que a candidatura de Rodrigo Garcia seja conduzida em um ambiente pacificado".
"No União, ele vai encontrar porto seguro, apoio e estrutura necessários para uma campanha que acreditamos vitoriosa", escreveu.
Vendo sua candidatura a presidente pelo PSDB ameaçada, Doria ensaiou ficar no cargo.
Diante do movimento, que implodiria a candidatura estadual de Rodrigo Garcia, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, emitiu uma carta na quinta reafirmando que o tucano foi o escolhido nas prévias e, portanto, é o único presidenciável do partido.
A União Brasil, caso a ameaça de Doria se concretizasse, poderia perder o palanque estadual nas eleições, assim como outros partidos.
Durante os momentos de impasse, a ala da União próxima de Rodrigo Garcia passou a pensar em cenários possíveis caso Doria resolvesse ficar no cargo. Uma delas foi a filiação do agora governador na União Brasil.
Entre dirigentes do partido, a movimentação de Doria causou grande irritação, uma vez que o arranjo com Rodrigo já estava definido havia três anos. Na época, embora a migração de Rodrigo tenha causado rusgas com o DEM em escala nacional, membros do partido em esfera local aceitaram a composição, uma vez que ele permanece próximo do seu grupo político.
O governador, que está em sua primeira viagem pelo interior à frente do cargo, ainda não se pronunciou.
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