A condenação de Daniel Silveira pelo Supremo Tribunal Federal, na quinta (20), remonta a um vídeo que o deputado publicou em suas redes sociais em 2021 atacando os ministros da corte com acusações e palavras de baixo calão.
Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por ataques feitos a integrantes do tribunal. Nesta quinta (21), o presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu perdão de pena a Silveira, que é um apoiador do chefe do Executivo.
No vídeo, Silveira comenta a manifestação do ministro da Corte Edson Fachin criticando tentativa de interferência de militares na Justiça. Fachin disse que era "intolerável e inaceitável qualquer tipo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário".
A fala do magistrado do STF se deu após divulgação de trecho de livro no qual o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas relata que discutiu com Alto Comando da Força uma postagem, que muitos consideraram uma ameaça, às vésperas do julgamento de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2018.
O vídeo acabou fazendo com que o ministro Alexandre de Moraes decretasse a prisão dele no ano passado. O deputado foi detido em flagrante.
Ao longo dos 19 minutos da gravação, Silveira chama Fachin de "menino mimado" e "militante da esquerda".
"Por várias vezes já te imaginei levando uma surra. Você e os integrantes dessa corte aí. Quantas vezes eu imaginei você na rua levando uma surra?", diz o deputado no vídeo. "Você integra a nata da bosta do STF."
Silveira também chama Alexandre de Moraes de "idiota" e afirma que "não faz parte dessa bosta de gangue que tu [Moraes] integra".
"Vocês defecam na Constituição, que é uma porcaria", diz ainda o parlamentar sobre os magistrados. "Ela foi feita pra colocar canalhas sempre na hegemonia do poder. E, claro, pessoas da sua estirpe, evidentemente, devem ser perpetuadas para que protejam o arcabouço do crime no Brasil, que se encontra aí, na Suprema Corte", diz Silveira no vídeo de 2021.
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