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Rodrigo define vice da União Brasil e faz acordo com MDB para 2024

Governador de SP faz reunião para sacramentar Geninho Zuliani na vice e Edson Aparecido como postulante ao Senado

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São Paulo

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), se reuniu na noite desta quarta-feira (3) com aliados da União Brasil e do MDB e colocou fim à disputa entre os partidos pela vaga de candidato a vice.

O deputado Geninho Zuliani (União Brasil), próximo de Rodrigo, ficou com o posto, e restou ao MDB a vaga para o Senado, o que vinha causado reclamação entre emedebistas.

Nesse novo arranjo, Edson Aparecido (MDB), que era o indicado do MDB para a vice, vai disputar uma vaga ao Senado pelo grupo.

Outro ponto do acordo, segundo participantes da reunião, é o apoio da União Brasil e do PSDB à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na cidade de São Paulo, em 2024.

O deputado federal Geninho Zuliani (União Brasil - SP) e o governador Rodrigo Garcia (PSDB) - Reprodução Geninho Zuliani no Facebook

A chapa foi confirmada nesta quinta-feira (4) pelo governador em suas redes sociais.

Rodrigo chegou a fazer sua convenção estadual no último sábado (24) sem anunciar o vice enquanto o imbróglio se desenrolava. Segundo aliados do governador, a negociação foi tensa e Nunes demonstrava descontentamento.

Nunes reivindicava o posto de vice ao MDB com base em um acordo que ele diz ter fechado com Rodrigo há meses —além de um acerto entre Rodrigo e o então prefeito Bruno Covas (PSDB), morto em 2021, de que caberia ao prefeito indicar um nome.

Para concordar com o desenho da chapa com Geninho, Nunes cobrou que União Brasil e PSDB se comprometessem a apoiar sua reeleição em 2024.

A questão tinha potencial para afastar o MDB da órbita de Rodrigo e ameaçar a aliança entre emedebistas e tucanos que já era prevista não só para a próxima eleição municipal, mas também para 2026 —algo que preocupava a cúpula do PSDB no estado.

Como mostrou a Folha, Rodrigo ficou pressionado entre desagradar um de seus dos principais aliados.

A campanha do governador avaliou que o fato de Rodrigo se tornar refém dos partidos aliados prejudicava sua imagem de independente e, por isso, quiseram dar fim ao impasse e anunciar o vice até esta quinta-feira.

A União Brasil, que vinha reivindicando a vice apesar dos apelos do MDB, é uma sigla mais estratégica para o tucano, já que tem sozinha cerca de 2 minutos de tempo de TV, além de deter o maior fundo eleitoral.

Geninho foi prefeito de Olímpia (SP) e viveu no DEM (que integra a União Brasil a partir de fusão com o PSL) toda a sua carreira política, assim como Rodrigo —que mudou para o PSDB em maio de 2021. Ele coordena campanhas de Rodrigo desde o fim dos anos 1990.

Geninho, no entanto, é uma escolha que não agrada parte dos aliados de Rodrigo, que defendiam que o governador optasse por um terceiro partido para evitar comprar briga com União Brasil ou com MDB.

Também havia quem preferisse uma mulher para o posto —Rosângela Moro (União Brasil) e Gabriela Manssur (MDB) chegaram a ser cotadas.

Outras alas da União, originárias do PSL, também tentaram emplacar outros nomes do partido, só que mais ligados ao presidente da sigla, Luciano Bivar, como Marcos Cintra. Já o ex-governador João Doria (PSDB) trabalhava por Henrique Meirelles (União Brasil).

Entre políticos do entorno de Rodrigo, a leitura é a de que, diante da disputa pela vaga, ele acabou optando por um antigo aliado —alguém que ele possa controlar e que não crie problemas. Ainda que, em termos eleitorais, Geninho não agregue tanto à chapa.

O acordo previsto anteriormente era de que a União Brasil ficaria com a vaga para o Senado, que seria ocupada pelo apresentador José Luiz Datena —que acabou deixando o partido na última hora e migrando para apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos), o que fez ruir o acerto.

Já o MDB ficaria com a vice, e Nunes escolheria o nome. Com base nisso e com o aval de Rodrigo, ele filiou Aparecido, um dos fundadores do PSDB, ao MDB em abril e o exonerou do cargo de secretário. Por isso, o prefeito demonstrava insatisfação com o novo desenho da chapa.

A União Brasil, por sua vez, pressionou Rodrigo ameaçando apoiar outros candidatos, como Fernando Haddad (PT). A ala do partido ligada ao PSL abriu conversas com o petista.

Segundo o último Datafolha, do fim de junho, Haddad lidera a disputa pelo Governo de São Paulo com 34%, seguido de Rodrigo e Tarcísio, empatados com 13%.

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