Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula e Bolsonaro focaram economia e 'bombaram' promessas em campanha na TV

Metas e sugestões de reajustes cresceram ao longo da campanha

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São Paulo

Em meio a ataques pesados, desmentidos e direitos de respostas, os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) apresentaram, cada um, cerca de 25 propostas na propaganda eleitoral da televisão e do rádio durante o segundo turno.

Ambos miraram a economia quando fizeram promessas. Mais de um terço do que disseram que farão num futuro mandato está relacionado à melhoria na vida da população, com crescimento econômico e benefícios sociais.

A Folha considerou promessas feitas durante as propagandas eleitorais de Lula e Bolsonaro no rádio e na televisão no segundo turno.

A disputa acirrada levou à potencialização de algumas metas, que cresceram em valor ao longo da campanha —sem que a viabilidade financeira delas fosse detalhada.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) apoia a mão no ombro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro debate do 2º turno das eleições 2022 para presidente, na TV Bandeirantes, em São Paulo - Marlene Bergamo - 16.ago.22/Folhapress

Um aumento do Auxílio Brasil, por exemplo, foi prometido. Bolsonaro, que desde o início dizia que o benefício seria mantido no valor de R$ 600 para 2023, turbinou o auxílio na reta final do pleito. Na TV, afirmou que prevê uma espécie de 13º às mulheres beneficiadas.

Três dias depois, a campanha do presidente acrescentou outros R$ 200 para quem recebe o auxílio e começa a trabalhar. No total, o valor poderia chegar a R$ 800 para quem conseguisse emprego.

Ao encorpar o benefício na campanha, Bolsonaro não explicou de onde sairá o recurso para bancá-lo. Isso gerou questionamento de Lula no horário eleitoral. O petista apontou que o valor do Auxílio Brasil veiculado na TV não está previsto no Orçamento de 2023 já enviado ao Congresso.

Além de colocar em dúvida a promessa do adversário, o ex-presidente também fez do programa social uma de suas principais bandeiras do segundo turno. Lula diz que vai manter o benefício no valor de R$ 600, e prometeu às famílias um adicional de R$ 150 para cada um dos filhos de até seis anos.

Projetos para socorrer e aumentar o crédito a pequenos e médios empresários e a ampliação da isenção do Imposto de Renda também foram propostas na área de economia citadas pelos dois candidatos.

Na TV, Lula prometeu isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 se for eleito. O anúncio foi feito em 10 de outubro. Três dias antes, a equipe do PT havia afirmado que a faixa de isenção iria para quem recebe até R$ 3.000. Hoje a faixa de isenção é de até R$ 1.903,98.

Bolsonaro já havia prometido na sua propaganda que aprovará uma isenção para quem ganha até R$ 6.000. Em 2018, fez proposta semelhante na campanha eleitoral e não cumpriu durante o mandato.

O atual presidente e o petista não expuseram como farão para recuperar as receitas perdidas com a prometida isenção no IR a partir de 2023.

Na habitação, o programa Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida, inflou nos programas eleitorais de Bolsonaro.

Primeiro, o presidente prometeu a construção de 1,5 milhão de casas populares. O número subiu para 2 milhões nove dias depois e para 6 milhões após mais quatro dias.

Reportagem da Folha, porém, questiona a viabilidade do que pretende Bolsonaro, já que o Orçamento do próximo ano destinou mais recursos para a construção de uma escola militar em São Paulo do que para todo o programa habitacional.

Tema caro aos seus eleitores, a segurança foi pauta de promessas de Bolsonaro. Ele afirmou que, com a nova composição do Legislativo, conseguirá reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos. Disse também que vai extinguir as saídas temporárias dos detentos.

Lula entrou menos no assunto. Disse que vai investir, com recursos federais, em câmeras corporais para as polícias de todos os estados da federação, além de recriar o Ministério da Segurança Pública, extinto por Bolsonaro ao unificá-lo com a Justiça.

A saúde foi tema de propostas dos candidatos. Lula anunciou cinco prioridades: um mutirão para zerar as filas de exames, acelerar os atendimentos, recuperar o plano nacional de imunização, retomar o investimento no programa Farmácia Popular e aumentar a oferta de exames para câncer de mama.

Já o atual mandatário disse que irá contratar 15 mil médicos e criar um sistema de telemedicina e prontuário eletrônico unificado, inclusive com o programa Farmácia Popular, para, segundo ele, agilizar as consultas e o recebimento de remédios.

O presidente também fez um programa direcionado ao nordeste, afirmando que concluiu as obras da transposição do rio São Francisco, e que fará obras de infraestrutura na região, pedindo votos.

Bolsonaro não citou nenhuma proposta diretamente relacionada ao combate à desigualdade de gênero. O petista prometeu esforços para consolidar a paridade salarial em questão de gênero, além da criação de um ministério para a mulher e de leis mais duras contra a violência de gênero.

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