Tarcísio anuncia Rafael Benini para nova secretaria de parcerias e investimento

Anúncio foi feito em evento sobre infraestrutura; Samuel Kinoshita deverá comandar Fazenda de SP

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São Paulo

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou na manhã desta quarta-feira (7) Rafael Benini para uma nova secretaria destinada às parcerias de investimentos privados no estado.

Benini trabalhou com Tarcísio no Ministério da Infraestrutura, onde era diretor da EPL (Empresa de Planejamento e Logística) e estruturou uma série de projetos para a pasta.

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Rafael Benini, ex-diretor da EPL (Empresa de Planejamento e Logística) da Infraestrutura - Alesp

Tarcísio também deve anunciar nos próximos dias o nome do economista Samuel Kinoshita, que foi assessor do ministro Paulo Guedes (Economia), para a Secretaria da Fazenda.

A equipe de Tarcísio chegou a sondar Guedes para o posto, mas, diante da recusa do ministro, o nome de Kinoshita tornou-se o principal cotado.

É possível que Guedes tenha um cargo consultivo no futuro governo, como uma espécie de conselheiro, já que Tarcísio e seus aliados consideram importante mantê-lo por perto.

Em entrevista a jornalistas nesta quarta, Tarcísio elogiou a gestão de Guedes no governo federal, dizendo que seria um luxo tê-lo na equipe, e afirmou que "existe uma grande probabilidade [de nomear Kinoshita]".

Em entrevista à CNN na segunda (5), Tarcísio também indicou que deve escolher Kinoshita. "Para mim seria um luxo [ter Paulo Guedes como secretário de Fazenda]. Seria muito bom. O Brasil está crescendo e criando empregos. Estamos deixando o país com 74% de relação dívida/PIB. Mas acho muito difícil ele aceitar. Daí o secretário será o Samuel Kinoshita, que era da equipe do Guedes, coordenou o plano econômico e conduz a área de economia da transição", disse.

Kinoshita foi assessor especial do Ministério da Economia de Guedes de 2019 a 2021 e membro do conselho fiscal do Banco do Brasil de 2020 até julho deste ano.

O economista trabalhou por um ano e meio na Bozano Investimentos, empresa de Guedes antes de assumir o cargo no governo de Jair Bolsonaro (PL). Hoje ela se chama Crescera Capital.

Nos últimos anos, trabalhou em gestores de investimentos e consultorias como Kapitalo, MVP Capital e BTG. Ele é economista pelo Insper, mestre em economia pela Universitat Pompeu Fabra e mestre em estatística pela Columbia University.

Em relação a Rafael Benini, Tarcísio disse que a nova secretaria será destinada à formulação de projetos de infraestrutura e atuará muito próxima da de Assuntos Internacionais, a cargo de Lucas Ferraz, "para termos uma postura agressiva na busca desse recurso do exterior, do capital na iniciativa privada".

O governador eleito anunciou o nome de Benini enquanto falava de seus planos para a infraestrutura em painel com os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), durante evento do setor realizado pela revista Exame, em São Paulo.

"Nossa ideia é investir muito na expansão do transporte metroferroviário e fazer mais concessões de rodovias", disse, acrescentando que o principal foco de seu governo será atrair investimento privado para obras.

Ele também mencionou que pretende resgatar o transporte ferroviário. As prioridades iniciais serão o leilão da Rodoanel, a publicação do edital do trem intercidades e o estudo de privatização da Sabesp.

O cenário para captar investimento será desafiador diante da elevação das taxas de juros em diferentes países e da inflação, destacou Tarcísio. "Vamos ver uma drenagem de liquidez e isso aumenta dificuldade de atrair capital estrangeiro."

O governador eleito também mencionou a necessidade de fazer uma reforma fiscal e de promover a responsabilidade fiscal e ambiental. "Seremos incapazes de trazer investimento para o Brasil se houver a percepção de risco ou insolvência", afirmou.

Benini é 12º nome confirmado por Tarcísio. Já foram anunciados também Gilberto Kassab (Secretaria de Governo), Eleuses Paiva (Saúde), Natalia Resende (Transporte, Logística, Meio Ambiente), Arthur Lima (Casa Civil), Laís Vita (Comunicação), Caio Paes de Andrade, presidente da Petrobras (Gestão e Governo Digital), Renato Feder (Educação), Lucas Ferraz (Assuntos Internacionais), Sérgio Codelo (Departamento de Estradas de Rodagem), Capitão Derrite (Segurança) e Roberto de Lucena (Turismo).

Segundo Tarcísio, o principal trabalho da transição tem sido pensar em ajustes para o orçamento do próximo ano e desenhar a estrutura do novo governo. Algumas pastas devem ser extintas, outras serão fundidas e algumas serão criadas.

Os nomes anunciados pelo governador eleito para seu secretariado e sua equipe de transição indicam que ele terá foco em privatizações, como fez no governo Jair Bolsonaro (PL), ampliando as desestatizações vistas em gestões tucanas anteriores.

Os auxiliares incluem pessoas que trabalharam na área de concessões e privatizações com Tarcísio no Ministério da Infraestrutura e pessoas próximas a Paulo Guedes.

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