Rosa e Moraes visitam presas por atos golpistas e ouvem reclamações sobre comida

Ministros teriam esclarecido as condutas serão individualizadas e que elas serão punidas na medida de sua culpabilidade

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Brasília

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Rosa Weber, e o ministro Alexandre de Moraes visitaram no final da tarde desta segunda-feira (6) a Penitenciária Feminina do Distrito Federal, onde estão as detidas pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.

A governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que acompanhou a visita, disse que eles andaram pelas três alas do presídio e conversaram com as presas.

A ministra Rosa Weber, durante sessão do Supremo Tribunal Federal; Rosa deu último voto sobre piso da enfermagem - Felipe Sampaio - 3.fev.21/SCO/STF

"Foi uma visita institucional. Eles foram dar algumas informações e ver as condições das presas", afirmou. Um representante da defensoria pública do DF também acompanhou a visita, além de assessores do governo e do STF.

Segundo relatos de pessoas que fizeram parte da comitiva, os ministros teriam esclarecido às detidas que as suas condutas serão individualizadas e que elas serão punidas com Justiça, na medida de sua culpabilidade.

Os ministros não foram hostilizados, segundo os relatos, e ouviram das presas reclamações sobre comida, que chegaria em condição ruim de consumo, e sobre a situação processual.

As presas também teriam afirmado que aguardam esclarecimentos jurídicos e fizeram apelos sobre questões de saúde e que são mães de criança com comorbidades.

Os ministros também planejavam visitar o Complexo Penitenciário da Papuda, onde ficam os presos homens, mas não teria dado tempo. Uma nova data deverá ser agendada.

A assessoria da Secretaria de Administração Penitenciária do DF disse que o órgão não iria se manifestar sobre o assunto.

Segundo o STF, atualmente 751 pessoas seguem presas e 655 foram liberadas da prisão. Todos eles foram denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por incitação ao crime e associação criminosa.

Na última quinta-feira (2), um grupo de senadores da oposição esteve com Moraes para falar sobre a situação dos presos. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que a conversa foi amistosa e que os parlamentares levaram suas preocupações em relação ao processo.

Ele também afirmou que o ministro teria citado providências para agilizar o processo junto à Defensoria Pública e advogados, na medida em que os pedidos de liberação estão sendo feitos.

"A todos nós interessa o desfecho desse processo. Aqueles que têm culpa, que cometeram atos de barbárie, que eventualmente financiaram, têm evidentemente que pagar pelos seus delitos. Mas existe um grande número de pessoas que, ou cometeram crimes de menor gravidade, ou apenas eram transeuntes. Temos que ter cuidado para separar o joio do trigo", afirmou o senador, após o encontro.

Alexandre de Moraes recebe senadores da oposição para tratar sobre presos após os ataques golpistas - Pedro Ladeira/Folhapress

Moraes concedeu liberdade provisória, sob determinadas condições, a mais 52 pessoas em decisões foram assinadas na quarta (1º) e quinta-feira (2). Elas se somam a outras 173 solturas determinadas por Moraes na última semana.

Os investigados que foram soltos deverão usar tornozeleira eletrônica e cumprir outras medidas ordenadas pelo ministro, como a proibição do uso de redes sociais.

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