Descrição de chapéu CPI do MST Congresso Nacional

Gleisi sai em defesa do MST no Conselhão e vê 'radicalismo' em parte do agro

Presidente do PT elogia movimento sem-terra e fala em prepotência em parcela do agronegócio

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São Paulo

A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann saiu em defesa do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) nesta segunda-feira (1º) e afirmou que parte do agronegócio brasileiro partidariza o setor com "prepotência e radicalismo".

Ela se referiu às críticas sobre o MST integrar o Conselhão do governo e ao recente impasse entre o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a organização da feira agrícola Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente Lula
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente Lula - Pedro Ladeira/Folhapress

"Que história é essa de questionar a participação do MST no Conselhão? É o maior movimento social organizado no Brasil e quem sabe no mundo. Representa boa parte da agricultura familiar e camponesa! Coloca comida no prato do povo. Parte do agronegócio brasileiro está mostrando prepotência e radicalismo, partidarizando o setor. Isso é ruim para o Brasil e para o próprio setor", disse em seu perfil no Twitter.

No sábado (29), o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) oficializou a inclusão do movimento Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. O anúncio aconteceu após a leitura do requerimento de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o MST, que o Planalto busca obstruir.

A oposição tem relacionado o governo federal às recentes invasões de terra do MST, que ocorreram durante o chamado abril vermelho. No mês passado, o movimento realizou diversos protestos e invadiu uma área que pertence à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além de sedes do Incra.

As ações provocaram reações não apenas do agronegócio, mas também do próprio governo Lula, e aceleraram a criação da comissão.

Outro episódio estremeceu a relação do governo com parte do agronegócio. Na semana passada, o presidente da Agrishow, Francisco Matturro, sugeriu que Cárlos Fávaro não comparecesse ao dia de abertura do evento, que contaria com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Contrariado, o governo ameaçou cancelar o patrocínio do Banco do Brasil à feira. A organização voltou atrás e cancelou a cerimônia de abertura. Mesmo assim, Bolsonaro foi a Ribeirão Preto acompanhando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A feira é uma das mais tradicionais do setor na América Latina e reúne parcela importante do eleitorado de Bolsonaro.

Bolsonaro disse que o agronegócio "precisa de políticos que não atrapalhem" e alfinetou o presidente Lula.

"Vocês devem saber que há 400 pedidos de demarcações de terras indígenas e pelo menos 3.500 de quilombolas. E aquele cara disse que faria o possível para atender os anseios das comunidades. Se 10% forem atendidos, para onde irá nosso agro? Peço a Deus para isso não acontecer", afirmou.

Foi o primeiro evento público de Bolsonaro no Brasil após o período de três meses em que ele ficou nos Estados Unidos, onde morou depois da derrota na eleição de 2022.

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