Descrição de chapéu CPI do MST Congresso Nacional

Peço a Deus que Cid não tenha errado, diz Bolsonaro sobre silêncio de aliado

'Cada um siga sua vida', diz ex-presidente, ao comentar situação de seu ajudante de ordens no governo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou, nesta quinta-feira (18), seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que ficou em silêncio durante seu depoimento à Polícia Federal (PF). Ele disse ainda que torce para que o ex-auxiliar não tenha feito nada de errado.

"Ele fez o melhor de si. Peço a Deus que ele não tenha errado, e cada um siga sua vida", afirmou.

"O que vi agora, no rodapé de uma TV, é que ele ficou em silêncio. Isso é ele com o advogado dele [que decidem], ele foi um excelente oficial do Exército, é jovem ainda", completou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa ao sair do Senado, onde estava no gabinete do senador Flávio Bolsonaro, nesta quinta (18) - Pedro Ladeira/Folhapress

Bolsonaro disse ainda que já prestou seu depoimento à PF e que não tem falado com seu ex-ajudante de ordens, que atualmente está preso no âmbito da investigação sobre fraudes em cartões de vacinação. Argumentou também que não haveria exigência de comprovante quando ele viajou aos Estados Unidos, em dezembro.

O ex-presidente esteve no Senado nesta quinta e foi ao gabinete de seu filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e afirmou que as eleições de 2022 são uma página virada e que seu partido agora foca nos pleitos de 2024, para prefeito e vereador, e depois no de 2026.

Bolsonaro afirmou ainda que, caso seja convocado à CPI do 8 de janeiro, deve comparecer. "Qualquer cidadão convocado tem que vir", disse.

A comissão foi convocada para ter sua instauração na próxima quinta-feira (25).

O ex-presidente ainda minimizou os gastos da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que eram pagos com dinheiro vivo ou pelo tenente-coronel Mauro Cid.

"Me parece que a própria Polícia Federal, não tenho certeza, falou que as compras dela são [de] absorvente, uma roupinha para filha, manicure, cabeleireiro", afirmou.

"Eu sacava em média R$ 20 mil por mês, além de outras coisas que pagava na minha conta pessoal", disse.

Bolsonaro mais uma vez relativizou o caso das joias trazidas da Arábia Saudita e afirmou que ele e Michelle nunca tiveram contato com os itens.

"Tem lá no depósito do Nelson Piquet 9.000 itens. Estão à disposição para auditoria. Tem 4.000 camisas de futebol, deve ter mil bonés, 50 facas, coisas simples, quadro de pessoas humildes que fizeram com a minha cara, por gostar de mim. Raríssimas coisas valiosas", afirmou.

Ele disse ainda que há dentre os itens uma moto de madeira, que chegou a ficar exposta no Palácio do Planalto durante o seu governo, e que ele disse que terá que abrir mão dela, mas não sabe qual será seu destino.

"Eu pensei que pudesse ficar comigo", disse. "Não pode ficar comigo, paciência."

Bolsonaro também defendeu a CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a política de titulação de terras do seu governo, que emitia documentos precários. Ele afirmou, ainda, que espera que a comissão ofereça alternativas e não seja usado de palanque político.

"É para ficar lá e buscar alternativas. Quem sabe essa política de titulação de terras, que eu acho que é a mais ideal, seja pressionado o governo para continuar com essa política de titulação de terras. Você acaba com esse problema de invasão. Quando você tem invasão, a insegurança jurídica, o homem começa a produzir menos, isso é ruim para todo mundo. Causa inflação, causa instabilidade na questão alimentar", disse.

Por fim, o ex-presidente insinuou que o caso Adélio Bispo —que o atacou com faca durante a campanha eleitoral de 2018— não foi investigado profundamente e que acredita que seu filho também poderia ter sido um alvo, mas que o ataque deu errado.

"Só não morri, segundo os médicos de Juiz de Fora, por milagre", completou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.