Governo tropeça, e CPI aprova acesso a plano de voo de Lula e câmeras da Justiça

Relatora da comissão chegou a fazer um apelo para que presidente da comissão voltasse atrás, mas pedido foi negado

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Brasília

Em um deslize da base do governo no Congresso, a CPI do 8 de janeiro aprovou nesta terça-feira (11) o acesso da comissão aos planos de voo do presidente Lula (PT) no final de semana do ataque golpista, além de imagens das câmeras de segurança do Ministério da Justiça.

Os quase cem requerimentos foram aprovados em bloco —sem a contagem de votos e a leitura do que cada um deles pedia—, antes do depoimento do principal ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid.

Sessão da CPI do 8/1 durante depoimento do ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid - Pedro Ladeira/Folhapress

O acesso aos planos de voo de Lula é parte da estratégia conspiracionista da oposição de que o presidente deixou as sedes dos três Poderes serem invadidas para desgastar Bolsonaro. Em 8 de janeiro, Lula tinha ido a Araraquara, no interior de São Paulo, acompanhar trabalhos de socorro após fortes chuvas no município.

Bolsonaristas também batem na tecla de que o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), assistiu inerte ao ataque golpista da janela do ministério. Os requerimentos aprovados solicitam a íntegra das imagens das câmeras de segurança do prédio.

A oposição chegou a reclamar da votação, afirmando que os parlamentares não sabiam o que estava sendo votado porque a pauta não tinha sido publicada com 48 horas de antecedência, como pede o regimento.

Mesmo assim, o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), intermediou um acordo entre base e oposição para excluir da lista todos os requerimentos de convocação ou convite e aprovar o restante da pauta.

Ao perceber que a base do governo Lula tinha ajudado a aprovar os requerimentos da oposição por engano, a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez um apelo para que o presidente da comissão voltasse atrás, mas o pedido foi negado.

"A gente teve uma votação por acordo. Eu repito aqui o que eu disse: essa presidência não vai fazer assessoria de deputado", respondeu Maia.

Ele disse que anular o que havia sido aprovado seria "impossível", e anunciou que a pauta com os próximos requerimentos de convocação e convite será definida por uma comissão formada por seis parlamentares da base e da oposição.

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