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Datena se filia ao PSB de Alckmin e Tabata e pela 5ª vez ensaia disputar uma eleição

Apresentador da Band pode ser vice na chapa da deputada federal à Prefeitura de São Paulo

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Brasília

O apresentador José Luiz Datena assinou nesta terça-feira (19), em Brasília, a filiação ao PSB de Tabata Amaral e do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

Datena com Tabata Amaral, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e Márcio França - Gabriela Biló/Folhapress

Completando uma dezena de partidos em menos de dez anos, Datena inicia pela quinta vez um ensaio para se candidatar a um cargo eletivo, desta vez uma possível vice na chapa de Tabata à Prefeitura de São Paulo.

Em todas as ocasiões anteriores, ele desistiu na última hora.

A solenidade em Brasília, realizada na sede nacional do PSB, contou com a presença de congressistas, de Tabata, de Alckmin (que chegou atrasado), de governadores do partido, do ministro Márcio França (Micro e Pequenas Empresas) e do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.

Em seu discurso, Datena falou de problemas nacionais, como desemprego e fome, mas reservou o principal espaço à crítica de que, em sua visão, o crime organizado estaria se entranhando em postos de comando em São Paulo.

E prometeu dedicar o resto de sua vida —ele tem 66 anos— ao PSB e ao Brasil. Em nenhum momento da solenidade foi mencionado que ele será vice de Tabata, mas esse foi o clima geral dos discursos.

"Eu acredito muito, mas muito mesmo, na Tabata como estadista, acredito demais, porque senti nela não só preparo, mas a valorização dos principais preceitos que nós temos, religiosos ou não. (...) É uma honra estar entre vocês, darei o que me resta nessa minha existência, (...) essas últimas voltas na pista da vida eu dedicarei a esse partido e ao povo brasileiro", discursou Datena.

Ele também brincou com o fato de ter desistido em todas as tentativas anteriores, afirmando que é o político de maior êxito na história, nunca tendo perdido uma eleição. Segundo ele, em todas as ocasiões anteriores os recuos se deram por quebra de acordo por parte das legendas.

Ao lado de Alckmin e de um ministro de Lula (PT), Datena também fez afagos ao presidente da República e criticou diretamente a tentativa de golpe de Estado promovida por bolsonaristas e, indiretamente, Jair Bolsonaro (PL) —apesar de em muitos momentos do governo anterior ele ter adotado uma atitude amistosa e de parceria com o Palácio do Planalto.

"Não tenho dúvida que com a experiência do Márcio [França] e a grandeza do nosso presidente Alckmin, essa sua parceria com o Lula salvou o Brasil de negativismo, salvou o Brasil de coisas terríveis que estavam por vir, salvou o Brasil de extremismos."

Em sua fala, Tabata disse confiar que o apresentador servirá de ponte não só entre esquerda e direita, mas também entre a elite de São Paulo e a periferia. Ela por ora corre por fora na pré-campanha em São Paulo, que tem sido protagonizada até o momento pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A trajetória de Datena na política é marcada desde 2015 por recuos na hora H, idas e vindas e trânsito nas mais diferentes correntes ideológicas.

Depois de se desfiliar do PT em 2015, partido ao qual estava desde 1992, Datena se filiou ao PP de Paulo Maluf e cogitou disputar a Prefeitura de São Paulo no ano seguinte, 2016. Acabou desistindo em meio ao escândalo da Lava Jato, que tinha o PP como um dos principais partidos envolvidos.

Em 2018, depois de passar pelo PRP (hoje PRD, resultado da fusão de PTB e Patriota), ameaçou se lançar ao Senado pelo DEM (hoje União Brasil), mas também desistiu na última hora.

Dois anos depois, em 2020, se filiou ao MDB e cogitou novamente disputar a prefeitura da capital paulista ou ser vice na chapa à reeleição de Bruno Covas (PSDB). Também não deu certo.

Depois disso, se filiou ao PSL (hoje União Brasil) em 2021, ocasião em que foi cotado para disputar a Presidência da República no ano seguinte, mas em 2022 migrou para o PSD de Gilberto Kassab e, pouco tempo depois, para o PSC.

Na ocasião, ele almejava disputar o Senado na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em acordo fechado com o então presidente Jair Bolsonaro. Mas também teve seu nome cotado para a vice na chapa presidencial de Ciro Gomes (PDT), além de ter flertado com a pré-candidatura presidencial de João Doria (PSDB), que também acabou desistindo.

Assim como nas demais vezes, Datena anunciou o recuo na última hora. "A política não é o meu espaço natural", afirmou, na ocasião.

Já em 2023, o apresentador mudou novamente de partido e se filiou ao PDT, que na época deu como certa a candidatura dele à Prefeitura de São Paulo em 2024, pelo partido.

Também neste ano, ele chegou a sugerir a formação de uma chapa com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP)

O PSB, portanto, é o décimo partido ao qual o apresentador se filia em menos de dez anos.

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