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Vamos criar juízo, diz Nunes ao defender homenagem a Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal

Evento com a ex-primeira-dama do país está marcado para o próximo dia 25 na cidade de São Paulo

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu, nesta quinta-feira (14), o fato de a prefeitura ter cedido o Theatro Municipal para uma homenagem a Michelle Bolsonaro (PL), que vai receber o título de cidadã paulistana.

Ao ser questionado pela imprensa, Nunes afirmou que o espaço já foi usado para uma série de outros eventos públicos e que a homenagem foi aprovada na Câmara Municipal. A cerimônia está marcada para o dia 25 —o decreto legislativo que dá a honraria a Michelle foi aprovado pelos vereadores em novembro do ano passado.

Segundo Nunes, "não é salutar para a democracia" que a homenagem seja alvo de questionamento somente por se tratar da mulher de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente declarou apoio ao emedebista na eleição municipal deste ano.

Michelle Bolsonaro inclinada com a mão em frente ao rosto
Michelle Bolsonaro durante evento em Brasília - Gabriela Biló - 21.mar.2023/Folhapress

"O Theatro Municipal, quando tem horário vago, já fez cessão de espaço para a OAB, para o Ministério Público, para instituição do funk", disse Nunes.

"A democracia, ela é ampla, a democracia é para todos. [...] Foi a Casa do Povo que aprovou a homenagem. [...] Por que estão tendo esse questionamento? Não é porque ela cometeu algo de errado, porque ela não merece o título. Estão fazendo isso porque ela é esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Gente, vamos criar juízo. Que democracia é essa? Democracia da hipocrisia?", questionou.

Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, da Folha, parlamentares do PSOL acionaram a Justiça e o Ministério Público Eleitoral de São Paulo para barrar a cerimônia de entrega do título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama.

"Vai lá o PSOL entrar com ação judicial. O que é isso? Por que ela é mulher do ex-presidente? Não tem o menor cabimento. [...] Acho que é um tiro no pé essas coisas, porque as pessoas estão percebendo que aí passa a ser perseguição", completou Nunes.

Normalmente, essas cerimônias ocorrem na própria Câmara Municipal. A justificativa dada é que o espaço legislativo não comportaria o número de convidados. O Theatro Municipal tem capacidade para 1.523 pessoas.

Procurada pela coluna Mônica Bergamo, a prefeitura afirmou que o pedido foi feito pelo do vereador Rinaldi Digilio (União Brasil), autor do projeto que homenageia Michelle, e acatado pela gestão municipal pois havia "disponibilidade do espaço".

"Não há excepcionalidade nesse caso, uma vez que é normal a cessão de espaço para eventos de órgãos públicos. Os espaços do Complexo Theatro Municipal já foram utilizados para realização de eventos de interesse de diversos órgãos públicos em diferentes esferas, como secretarias municipais, OAB/SP, Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, Tribunal Regional do Trabalho, Ministério Público", declarou.

Nunes e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) lideram tecnicamente empatados a pesquisa Datafolha divulgada nesta semana sobre a corrida eleitoral de 2024 para a Prefeitura de São Paulo.

Com a polarização nacional consolidada no pleito municipal, Boulos marca 30% e Nunes tem 29% —estão isolados do segundo pelotão de pré-candidatos. O psolista tem o presidente Lula como seu cabo eleitoral, enquanto o prefeito conta com o apoio de Bolsonaro.

Tabata Amaral (PSB) marca 8%, seguida de Marina Helena (Novo) com 7%, Kim Kataguiri (União Brasil) com 4% e Altino (PSTU) com 2%.

Outros 14% declaram voto em branco ou nulo, enquanto 6% não sabem em quem votar. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

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