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Doria recua e diz que manterá pasta para pessoas com deficiência

Lucas Lima - 20.jul.2016/UOL/Folhapress
O pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, João Doria Jr, durante sabatina promovida pelo UOL, Folha de S.Paulo e SBT
João Doria, em sabatina organizada pelo UOL, Folha de S.Paulo e SBT

O candidato João Doria (PSDB) voltou atrás de sua proposta de extinguir a Secretaria de Pessoa com Deficiência.

Doria, porém, disse que as secretarias de Políticas para Mulheres e Igualdade Racial deixarão de existir para serem incorporadas pela pasta de Assistência Social.

Em visita a uma feira de bairro nos Jardins em seu terceiro dia de campanha, na quinta (19), Doria prometeu reduzir de 27 para 20 secretarias da administração pública, se eleito prefeito de São Paulo.

Ele citou pastas voltadas a mulheres, negros, pessoas com deficiência, juventude e LGBT. As duas últimas não existem na atual gestão. "Tudo isso é custo. Para quê? Gerar status? Prefiro gerar política pública", afirmou.

A proposta foi criticada pela deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), sua correligionária, que é cadeirante. Ela a considerou a ideia "um retrocesso" e disse que "de nenhum ângulo", consegue ver alguma vantagem na medida.

Gabrilli relatou ter conversado com Doria na noite desta quinta-feira (18), horas depois de ele ter feito a declaração.

"Primeiro, ele tentou me convencer que coordenadoria é tão bom quanto secretaria. Não adianta, não vai conseguir. O que faz diferença é ter a autoridade de secretário", disse.

Segundo a deputada, Doria disse que pensaria melhor na decisão porque "tem humildade e não tem compromisso com o erro".

CADEIRANTES

Para explicar as razões do recuo, o candidato concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (19) ao lado da secretária estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Battistella, e três cadeirantes, o secretário-adjunto Cid Torquato, o coordenador de mobilidade Marco Pelegrini, a deputada estadual Celia Leão, além do candidato a vice, Bruno Covas.

Ao voltar atrás, Doria disse que não há a menor hipótese de extinguir políticas para pessoas com deficiência.

"Todas as políticas públicas sociais estão definidas no nosso programa de governo. Não é questão de ocasião, oportunidade. É sentimento, debate, reflexão e inclusão", disse.

Ao tentar reforçar a intenção de manter essa política, a secretária mencionou o exemplo do pai do candidato, José Agripino Doria, que era cadeirante.

Em tom de desculpas, o tucano disse que nada deve impedir o gestor público de aprender e exercitar a humildade.

"Sempre que for necessário dar um passo para trás para dar dois adiante depois, não terei a menor hesitação em fazer isso", afirmou o candidato.

Mesmo com o fim das pastas de Igualdade Racial e Políticas para Mulheres em seus planos, Doria disse que os dois temas serão "fortalecidos" em seus mandatos. "Serão aproximadas ainda mais do gabinete do prefeito para que sejam transversalmente bem aplicadas, e não pontualmente", disse.

Questionada sobre a necessidade de pastas específicas para Igualdade Racial e Política para Mulheres, a secretária Linamara Batistella questionou: "Para criar o ódio entre as raças, que foi o que eles [PT] fizeram? Efetivar de uma vez por todas o preconceito? É para isso que a gente cria uma pasta? Esse é o discurso do ódio, das classes sociais", afirmou.

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