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Favorito em Salvador, ACM Neto repete o avô de olho em 2018

Divulgação
O candidato à reeleição na cidade Salvador, ACM Neto (DEM), faz campanha nas ruas
O candidato à reeleição na cidade Salvador, ACM Neto (DEM), faz campanha nas ruas

No horário eleitoral, ele é Neto. Entre os eleitores, é Netinho. O acrônimo ACM, que fez do seu avô um dos políticos brasileiros mais bem-sucedidos no século 20, aparece quase como um acessório, em segundo plano.

ACM Neto (DEM), 37, liderou as pesquisas para a Prefeitura de Salvador durante toda a campanha com larga vantagem sobre Alice Portugal (PC do B) e Pastor Sargento Isidório (PDT).

Ele inclusive já se prepara para as eleições de 2018, para o governo da Bahia, buscando um grupo político próprio.

O prefeito refuta a pecha de "novo carlismo". Não renega o passado político do avô, mas busca consolidar a própria marca. Para isso, trouxe para o seu entorno jovens que começam a ganhar espaço no Parlamento ou na administração municipal.

Entre eles está o hoje candidato a vice-prefeito Bruno Reis (PMDB), que começou na política como assessor parlamentar do então deputado ACM Neto e foi o primeiro nome com DNA "netista" a ser eleito para Assembleia Legislativa em 2010.

No secretariado, ganharam espaço novos nomes como Guilherme Bellintani, João Roma Neto e Sílvio Pinheiro.

Na Câmara Municipal, obteve destaque o vereador em primeiro mandato Léo Prates (DEM), outro ex-assessor de Neto. Logo, o grupo ficou conhecido como "Os Menudos", numa referência ao apelido dado há duas décadas ao grupo de jovens revelados pelo então prefeito do Rio César Maia -entre eles o atual prefeito carioca, Eduardo Paes (PMDB), e o deputado Índio da Costa (PSD).

A estratégia repete o avô ACM, que ficou conhecido por revelar políticos de perfil técnico, sem liderança política própria, e apoiá-los em eleições para prefeituras, o governo e o Senado.

Assim, surgiram nomes como os ex-governadores Paulo Souto e César Borges, o ex-prefeito e hoje deputado Antônio Imbassahy e o ex-senador Rodolpho Tourinho.

"O prefeito trouxe para perto de si um grupo jovem e dedicado, que acabou ganhando projeção", diz o ex-deputado Luiz Carrera (PV), um dos poucos remanescentes do carlismo a participar do secretariado de Neto.

Perto das eleições, ele espalhou esses aliados pelos principais partidos de sua base, iniciando uma disputa entre eles pelo posto de vice-prefeito, no qual prevaleceu o peemedebista Bruno Reis.

Com a escolha, ACM Neto prestigiou o partido do presidente Michel Temer, mas optou por um nome ligado a ele mesmo -e não a seu aliado, o ministro Geddel Vieira Lima.

Caso o prefeito seja reeleito e resolva disputar o governo, Reis pode "herdar" o cargo a partir de abril de 2018.

ALIADOS

Apesar das similaridades com a trajetória do avô, aliados veem diferenças no estilo de governar e, sobretudo, no trato com aliados. Mais do que um mérito pessoal, o perfil conciliador é uma imposição do cenário em que construiu sua carreira.

Ao contrário do seu tio, Luís Eduardo Magalhães (1955-1998), que ascendeu na política com ACM comandando o governo da Bahia e aliado ao governo federal, ACM Neto construiu a maior parte da sua trajetória na oposição.

Por isso, tem a sua perspectiva de poder muito menos ligada a um personalismo e mais ao rol de alianças que conseguiu construir.

"Ao contrário do avô, que era chefe de um grupo, Neto tem como ter esse tipo de relação com aliados como Geddel. Ele depende deles", diz o cientista político Paulo Fábio Dantas Neto, professor da
UFBA e estudioso do carlismo.

Segundo ele, ACM Neto não terá um caminho fácil para se tornar a principal liderança política da Bahia. Para isso, dependerá no curto prazo do desempenho do governo Temer e da capacidade de fazer uma transição tranquila na prefeitura.

Por outro lado, enfrentará grupo com boa capacidade de articulação, liderado pelo governador Rui Costa (PT).

"Neto sai fortalecido, mas não vai encontrar nenhum céu de brigadeiro. Ele ainda está muito distante de ser favorito, quanto mais imbatível para 2018", diz Dantas Neto.

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